Em reportagem publicada nesta segunda-feira (30), o jornal La Nación, um dos principais da Argentina, analisou minuciosamente os clubes brasileiros que jogarão as oitavas de final da Conmebol Libertadores.

O diário pintou um cenário de “filme de terror” em FlamengoCorinthians e Atlético-MG, alegando que essas equipes estão “imersas em crises”, e apontou o Palmeiras como único time entre os principais favoritos que vive momento de paz.

Na visão do veículo, nesta temporada os brasileiros “não são tão favoritos assim”, e equipes como River PlateBoca Juniors e Estudiantes podem sonhar alto com a taça continental.

“Nas últimas finais de Libertadores, o único idioma ouvido foi o português, e muito se falou de hegemonia dos clubes brasileiros no continente… Com enorme razão! Além do país ser uma fábrica de craques, as injeções econômicas que os clubes recebem acabou com o equilíbrio que existia com outros países sul-americanos”, escreveu o jornal.

“Inclusive, os poderosos Flamengo, Atlético-MG e, sobretudo, o Palmeiras, continuam sendo candidatos fortíssimos a conquistar a atual edição. Mas também é certo que nem tudo o que reluz é ouro na vida atual de nossos vizinhos, e isso por ser um incentivo para que as equipes argentinas voltem a sonhar com a Glória Eterna”, seguiu.

“Com a exceção de um Palmeiras quase sem defeitos, que arrasou no grupo A da Libertadores ganhando todos os seus jogos e ainda lidera o Brasileirão, Flamengo e Atlético-MG não parecem ser os favoritos que eram há alguns meses. Ambos se encontram imersos em crises esportivas e, sobretudo, de mando, com destinos incertos e torcedores inconformados”, disparou.

Veja alguns trechos da análise do La Nación sobre cada clube “em crise”:

Flamengo

“O Rubro-Negro do técnico português Paulo Sousa tem um trabalho com rendimentos irregulares, que faz com que o treinador seja o alvo de boa parte das críticas da imprensa local e dos torcedores”

“Em seu último jogo da Libertadores, o Flamengo ganhou por 2 a 1 do Sporting Cristal, mas, mesmo com o triunfo, a equipe de Sousa recebeu muitas vaias e xingamentos no Maracanã”

“Há muitas dúvidas na defesa, e, sobretudo, no gol, posição na qual o jovem Hugo Souza não consegue se firmar, falhando com frequência. Isso é um combo que pode ser explosivo em um dos elencos com maior quantidade de estrelas do continente”

“Ainda existe no clube a sombra do vitorioso ano de 2019, sob as ordens do português Jorge Jesus, que assombra o Flamengo desde então, a cada vez que se inicia um novo torneio. E como se os ânimos já não estivessem acirrados o bastante na Gávea, dias atrás Jesus visitou o Rio de Janeiro ‘como turista’ e ainda se ofereceu para voltar ao clube”

“O Fla venceu o Fluminense no domingo, mas, apesar do resultado, que sempre alivia os ânimos, os rubro-negros deixaram muitas dúvidas ao serem dominados durante boa parte da partida. Desta vez, Hugo Souza correspondeu à altura, sendo o principal responsável pelo êxito”

Atlético-MG

“O time dirigido por Antonio Mohamed já não mostra a solidez e a contundência que teve na temporada passada, sob o comando de Cuca”

“Depois da derrota para o Tolima, que encerrou a série de 18 jogos de invencibilidade em Libertadores, a torcida do alvinegro mineiro se expressou nas redes sociais com a hashtag #ForaTurco, pedindo a demissão do treinador”

“No Brasileirão, o Atlético enfrenta agora Palmeiras, Fluminense, Santos e Flamengo. Da colheita de pontos que for feita nesses jogos dependerá o futuro do técnico argentino e paz no grupo de jogadores”

Corinthians

“Contra o time reserva do Always Ready, da Bolívia, o Corinthians de Vítor Pereira decepionou os mais de 40 mil torcedores que foram ao estádio em Itaquera esperando uma goleada histórica”.

“Apesar de sua grandeza histórica, o Corinthians não parece estar no mesmo nível de Flamengo e Atlético-MG para apostar uma ficha nesta Libertadores. Muito mais longe ainda está do desempenho de seu arquirrival Palmeiras, o candidato número 1 ficar mais uma vez com o título”

“Vítor Pereira se divide entre o reconhecimento por haver construído uma equipe intensa e competitiva com algumas atitudes incompreensíveis, como suas discussões permamentes e quase infantis com Ríger Guedes, uma das principais figuras ofensivas do elenco, a quem muitos entendem que ele deixa no banco por um simples ‘capricho’ pessoal” (ESPN)