Um dia depois de 12 gigantes europeus oficializarem a criação de uma superliga europeia, alguns atletas em atividade no continente começaram a se manifestar de forma crítica à iniciativa. O atacante Richarlison, do Everton, o meia Ander Herrera, do PSG, e o atacante Podolski, do Antalyaspor, foram alguns dos jogadores a se mostrar contrários ao projeto.
O brasileiro Richarlison endossou uma dura crítica feita pelo ex-jogador Gary Neville e uma publicação feita por Özil.
Richarlison endossou crítica de Özil à Superliga — Foto: Reprodução/Twitter
Ander Herrera foi quem puxou a fila entre os jogadores de elite e publicou um texto em suas redes sociais, no qual fala em “fim de sonhos” para os torcedores de clubes menores e indica um “roubo” do esporte por parte dos ricos.
– Amo o futebol e não posso ficar calado diante disso. Acredito em uma Champions melhorada, mas não que os ricos roubem o que o povo criou, que não é outra coisa além do esporte mais bonito do planeta – declarou Herrera.
Ex-jogador do Manchester United, um dos 12 clubes fundadores da superliga, Ander Herrera hoje está no PSG, que recusou participar da competição e é um entusiasta da reforma da Liga dos Campeões. Outro atleta em atividade em um grande clube europeu a se manifestar foi o meia Özil, que atuou em gigantes como Arsenal e Real Madrid – outros dois fundadores – e hoje está no Fenerbahçe.
– As crianças crescem sonhando em ganhar a Copa do Mundo e a Liga dos Campeões – não uma Superliga. O prazer dos grandes jogos é que eles acontecem apenas uma ou duas vezes por ano, não todas as semanas. Realmente difícil de entender para todos os fãs de futebol – escreveu Özil em suas redes sociais.
Entre os treinadores, o primeiro nome entre os grandes da Europa a se manifestar foi Hansi Flick, comandante do Bayern de Munique – que recusou fazer parte da Superliga.
– Só posso dizer que não tenho todos os detalhes. Mas estou totalmente de acordo com a posição do Dortmund. Acho que não seria bom para o futebol europeu – disse Flick.
O atacante Podolski, ex-jogador de Bayern de Munique e Arsenal, também foi crítico à criação de uma nova competição por parte dos gigantes. Campeão do mundo com a Alemanha em 2014, o jogador chamou de “nojento” o projeto que foi anunciado no último domingo.
– Hoje acordo com notícias malucas! Um insulto à minha crença: futebol é felicidade, liberdade, paixão, torcida e é para todos. Este projeto é nojento, não é justo e estou desapontado em ver os clubes que representei envolvidos. Lute contra isso! #paremasuperliga
Sindicato diz que defenderá direitos dos jogadores
A FIFPro, sindicato mundial de jogadores de futebol profissionais, divulgou uma nota oficial com duras críticas à criação da nova competição, manifestando preocupação com o impacto em toda a estrutura do esporte, incluindo a carreira dos jogadores. No comunicado, a entidade fala em “danos irreparáveis” caso não haja uma cooperação entre torneios nacionais e internacionais.
A organização indica que a ruptura é o reflexo de “um governo em que alguns gozaram de poderes desproporcionais”, enquanto jogadores e trocedores foram esquecdidos. E afirma que tentará proteger os atletas de quaisquer decisão que tire seus direitos – a Fifa cogitou, por exemplo, proibir jogadores de defenderem suas seleções caso participem da Superliga.
– Os jogadores continuam a ser usados como ativos e alavancas nessas negociações. Isso é inaceitável para a FIFPro, nossas 64 associações nacionais de jogadores e os 60 mil jogadores que representamos. Iremos nos opor veementemente a medidas de qualquer um dos lados que impeçam os direitos dos jogadores, como a exclusão de suas seleções – diz. (Globo Esporte)