O procurador do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), Pedro Henrique Val Feitosa, pretende fazer as denúncias da briga entre jogadores no gramado da Arena da Baixada até o final deste semana. A confusão aconteceu no empate em 1 a 1 entre Athletico e Coritiba, pela sétima rodada do Campeonato Paranaense.
O árbitro Jose Mendonça da Silva Junior fez nove expulsões (cinco atleticanos e quatro alviverdes): zagueiros Pedro Henrique e Thiago Heleno, o lateral Pedrinho, o volante Christian e o meia-atacante David Terans, do Furacão. Já do Coxa foram o técnico António Oliveira, o zagueiro Marcio Silva e os atacantes Alef Manga e Fabrício Daniel
Em contato com o ge, Feitosa afirmou que os atletas serão denunciados no artigo 254-A, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), e podem pegar de quatro até 12 jogos de suspensão. Depois da denúncia, eles serão julgados por três comissões disciplinares, que cabem recursos ao Pleno e ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
– Ele expulsa oito jogadores, mas tem mais que participam. Estamos analisando com calma para não cometer injustiça e punir todos os envolvidos. Fazemos um exame da conduta de cada e imagino que os que mais participaram vão pegar de cinco a oito partidas – declarou.
O procurador disse que pretende conversar com o árbitro para maiores explicações, já que os cincos expulsos do Athletico dão a possibilidade de W.O por não ter o número mínimo em campo. A arbitragem suspendeu a partida por falta de segurança pela invasão de três torcedores, que não foram identificados, segundo a súmula.
Caso o Furacão seja denunciado, pode acarretar também em perdas de mando e de campo. A possibilidade, contudo, é remota. O clube atleticano não se manifestou até agora.
Jose Mendonça da Silva Junior, em todos os casos, declarou que não conseguiu apresentar o cartão vermelho aos jogadores dentro de campo “devido ao clima hostil daquele momento”.
– A identificação (dos invasores) é exclusão de responsabilidade. Houve uma suspensão e essa falta de segurança é responsabilidade do Athletico. Isso dá a possibilidade em cima do clube. Sobraram só seis jogadores e geraria W.O por não ter o número mínimo, mas ficou uma confusão na súmula (se expulsões foram antes ou depois do fim do jogo) e ainda vamos se cabe para perda de ponto. Queremos ouvir o árbitro – avaliou.
O TJD-PR espera que o primeiro julgamento aconteça até o final deste mês, já que existe o feriado do Carnaval na próxima semana. Até lá, os nove expulsos cumpre apenas a suspensão automática no jogo seguinte.
A ideia da Procuradoria é que os envolvidos sejam punidos ainda neste estadual. A primeira fase se encerra em 26 de fevereiro, enquanto as quartas são em 5 e 12 de março, as semifinais acontecem em 19 e 26 de março e as finais estão previstas para 2 e 9 de abril.
Caso isso não ocorra, a possível punião se estende para o próximo estadual – se o jogador mudar de time, carrega a punição para 2024 no clubes que estiver vinculado.
– Vamos tentar a punição, ao menos, para o final do torneio, que envolve o mata-mata. A gente já está falando com os procuradores para promover a denúncia o mais rápido possível – finalizou.
O Coritiba se pronunciou, nesta tarde de segunda-feira, por uma nota oficial e repudiou o episódio.
O primeiro clássico Atletiba terminou empatado em 1 a 1. O Coxa saiu na frente, com Kaio César, mas o Furacão empatou com Pablo e manteve a liderança do estadual.
Na reta final do Atletiba, aos 51 minutos, Marcio Silva (Coxa) e David Terans (Furacão) começaram a se estranhar perto da área. Logo depois, o alviverde Alef Manga entrou na confusão com Terans e provocou uma reação de jogadores atleticanos, como Pedro Henrique e Thiago Heleno.
A partir daí, atletas das duas equipes se envolveram em discussões e empurrões espalhadas pelo gramado. O rubro-negro Pedrinho chegou a acertar um chute em Manga e depois foi perseguido por atletas coxa-brancas. Pedro Henrique e Fabrício Daniel também trocaram socos.
Um torcedor do Athletico ainda invadiu o campo e, depois de agredir o goleiro Marcão, do Coritiba, foi contido pelos seguranças particulares. De acordo com a Demafe, ele será punido por um ano de frequentar os estádios. Outros dois torcedores chegaram a entrar no gramado e foram encaminhados a Demafe.
Após 14 minutos, a arbitragem se reuniu com dirigentes e os capitães dos dois clubes. As partes deliberaram, e o árbitro suspendeu o jogo – tinham apenas mais dois minutos para jogar do acréscimo dado.
Vale destacar que o Atletiba 391 foi o quinto seguido de torcida única. Os clubes optaram por essa decisão após a confusão nas arquibancadas no clássico do ano passado, pelo estadual.
O Athletico perdeu os 100% de aproveitamento, mas segue na liderança do estadual, com 19 pontos. Já o Coritiba permanece na cola, com 17 pontos, na vice-liderança.
O Furacão visita o Cianorte na quarta-feira, no estádio Albino Turbay, na próxima rodada. Já o Coxa só volta a campo no outro domingo, contra o São Joseense, no Couto Pereira, às 18h30. (GE)