Com dose de emoção, o Flamengo fez 3 a 2 no Fluminense na noite desta quarta-feira e garantiu vaga na final da Taça Guanabara (veja os melhores momentos acima). Jorge Jesus fez questão de elogiar a intensidade da equipe no Carioca usado como “pré-temporada”.

Em coletiva após a partida no Maracanã, o português bateu na tecla de serem apenas os primeiros jogos de 2020 e usou frase de Bruno Henrique que virou mantra da torcida.

– O fato dos jogos serem oficiais não me permitem fazer cinco, seis substituições, como seria em uma pré-temporada normal. Se são os primeiros jogos do ano, é pré-temporada. Nosso adversário queria vencer o título, mas estamos em outro patamar como diz o outro – afirmou o Mister.

Jesus ainda surpreendeu ao analisar o elenco. Mesmo enaltecendo a força da diretoria na busca por reforços, o treinador afirmou que o Flamengo vai trazer mais um nome novo para 2020.

– Estamos de acordo que o Flamengo fez reforços cirúrgicos em função das nossas necessidades. Ainda vamos contratar mais um. Esses jogadores (Berrío e Piris) não estão jogando como gostariam. São jogos a doer e estou colocando jogadores que têm mais conhecimento da ideia da equipe. Restam jogadores como eles dois, o Vinicius, que acredito muito, mas só podem jogar 11.

O Flamengo abriu vantagem de 3 a 0, viu o Fluminense reagir e ainda ter dois gols anulados. Para Jesus, o clima do jogo mudou pela postura do árbitro Grazianni Maciel Rocha.

– Quem controla o impedimento? É o árbitro. Eles fizeram os gols e nitidamente o árbitro quis que o Fluminense entrasse no jogo. A partir daí, acreditaram que poderiam buscar o 3 x 3, ganharam emocionalmente e terminarem o jogo atuando no limite do risco. Para o Flamengo, jogar por 3 a 2 ou 3 a 1, o importante é manter o estilo de jogo. Estamos em evolução e jogamos para ganhar os jogos. Não há nenhuma equipe do mundo que jogue os 90 minutos em cima do adversário. Se fosse, não seria 3 x 0, seria 6 x 0.

Garantido na decisão do primeiro turno do Carioca, o Flamengo aguarda o vencedor de Boavista x Volta Redonda, no domingo, às 16h (de Brasília), em Bacaxá. Antes, porém, a equipe de Jesus disputa a Supercopa do Brasil, no mesmo dia, às 11h, contra o Athletico-PR, no Mané Garrincha.

VEJA OUTROS TRECHOS DA COLETIVA

OS 90 MINUTOS

“Foi um grande jogo. O Flamengo durante uma hora foi uma equipe de alto nível com os dias que tem de trabalho. Foi nosso terceiro jogo, o Fluminense fez o oitavo. Não demos hipótese alguma ao Fluminense. Fizemos três gols, o Fluminense fez um de bola parada e depois o árbitro quis que o Fluminense entrasse no jogo. Jogar no nível que o Flamengo jogou hoje é muito difícil de parar. Mas ainda não temos pique para todo o jogo”.

SUPERCOPA DO BRASIL

“Jogar em Brasília é como se fosse no Maracanã. Apoio incondicional, vai ser igual. E será nossa primeira final. O Athletico tem adversários que respeito muito e complicado”.

Filipe Luís e Rafinha comemoraram o primeiro gol do lateral-esquerdo pelo Flamengo — Foto: André Durão/GloboEsporte.com

Filipe Luís e Rafinha comemoraram o primeiro gol do lateral-esquerdo pelo Flamengo — Foto: André Durão/GloboEsporte.com

POSICIONAMENTO DE ARRASCAETA

“Nos primeiros 45 minutos, (Arrascaeta) foi muito forte e fundamental na qualidade da equipe. Nunca jogamos da mesma maneira. Repetimos a ideia algumas vezes, mas nunca jogamos da mesma maneira. Arrascaeta jogou como atacante e normalmente não joga ali”.

EVOLUÇÃO DO TIME

“Você vê alguma equipe no Brasil jogar como o Flamengo jogou nos primeiros 60 minutos? Nenhuma. Nenhuma! Saber quando estará pronta, não é um esporte individual para eu falar isso. Vamos evoluir jogo a jogo. Fizemos um grande jogo. Senão, não venceríamos o Fluminense, que tem feito bons jogos. Temos que ganhar e melhorar nossa qualidade de jogo”.

REFORÇOS QUE NÃO ESTREARAM

“O que condiciona muito estes jogos oficiais e não poder dar oportunidades a mais jogadores. Tem o Thiago, o Vitinho e todos os jogadores importantes. Fizemos três jogos e fizemos as mesmas substituições. Temos um time do jogadores com trabalho de sete meses e não é fácil um jogador chegar ao Flamengo e jogar. O nível é alto e eles não têm conhecimento técnico e tático que esse time tem”.

Léo Pereira foi titular na defesa ao lado de Gustavo Henrique — Foto: André Durão/GloboEsporte.com

Léo Pereira foi titular na defesa ao lado de Gustavo Henrique — Foto: André Durão/GloboEsporte.com

RODRIGO CAIO

“Quando chamei o Pedro, demorei a substituir porque o Léo estava com uma dor muscular. Ele chegou ao vestiário queixando-se e fará um exame. Não sabemos o que tem. O Rodrigo Caio seguramente vai para o jogo contra o Athletico-PR”.

PRIMEIRA VEZ NA ALTITUDE

“Sempre ouvi dizer da complicação de jogar com essas equipes em relação ao nível do mar. Não tenho experiência nenhuma disso, nunca joguei. Assim, vou fazer aquilo que a equipe médica e fisiológica do Flamengo tem de experiência. Já estamos a trabalhar em cima disso. Durante a semana o Dr Tá ire está trabalhando, mas minha experiência é zero. Sei que os jogadores cansam mais e têm dificuldade de respeitar. Nunca fui como treinador, nem como jogador. Por isso, vou fazer o que a equipe médica do Flamengo transmitir”. (Globo Esporte)