Ao sabatinar os diretores indicados pelo Governo para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na Comissão de Infraestrutura do Senado, o senador Jayme Campos (União-MT) voltou a cobrar do Governo medidas necessárias para conclusão das BR-158 e 242, no Vale do Araguaia, em Mato Grosso. Segundo ele, há pelo menos 20 anos a população aguarda por um desfecho em torno do asfaltamento das duas rodovias – que enfrentam problemas de ordem ambiental.

“Já estou no segundo mandato como senador e não conseguimos materializar nada. O que podemos falar para o povo? Audiências e mais audiências, imaginem, o povo já está de saco cheio. É o sonho deles. Não é possível que não conseguiremos resolver” – frisou Campos.

O senador mato-grossense enfatizou aos diretores sabatinados que a região de influência das duas rodovias é extremamente produtiva. O baixo e o médio Araguaia, segundo ele, tornou-se “um eldorado de Mato Grosso e do Brasil”, mas que carece de infraestrutura de transporte. “Já passou vários ministros, que vão lá, prometem, fala que vai sair amanhã, depois de amanhã. Resumo da ópera: já tem 20 anos – lembrou. “. De fakenews já estou cheio. Já estou velho de enrolação”.

Indicado para a presidência do DNIT, Fabrício de Oliveira Galvão reconheceu a necessidade de finalização das duas rodovias e explicou que o órgão tem se aproximado de instituições como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para fins de licenciamento ambiental, procurando também as populações indígenas da região, que precisam abrir concessões para a continuidade das obras da BR-158 e da BR-242.

“Mais relevante do que fazer promessas é estabelecer diálogos para solucionar essa questão. O DNIT vai aos povos indígena aberto à negociação, porque existe a necessidade deles e também a necessidade das rodovias. Mas estamos otimistas” — comentou o indicado.

Jayme Campos disse que votou pela aprovação dos nomes indicados pelo Governo e afirmou que está apostando que a atual gestão do Ministério dos Transportes e do DNIT conseguirão encontrar uma solução para desentravar as duas rodovias. “Já disse ao ministro: não vai fazer como seu antecessor: foi la no Mato Grosso, falou 350 vezes que ia fazer e até hoje” – disse.

Ele também acentuou críticas as obras da BR-163, que estavam a cargo do Governo Federal, referindo-se principalmente a chegada da rodovia em Cuiabá, na região do Distrito Industrial: “Ficou mal-acabada, de péssima qualidade”.

BR-163 e Concessão

Jayme chamou também de ‘tragédia’ a concessão da BR-163 a partir de Sinop até Miritituba, no Pará. São 900 quilômetros de extensão nesse trecho que ele classificou como “muito malfeita”, já que deixou de fora obras importantes como a travessia urbana de importantes cidades como Matupá, Guarantã do Norte e Terra Nova, em Mato Grosso. “Não tem um dia que não tem um acidente lá” – lembrou.

Do atual ministro dos Transportes, o senador do União Mato Grosso cobrou os investimentos prometidos na ordem de R$ 1 bilhão. Segundo ele, o Estado não recebeu até agora nada, zero: “Eu sou do bem, mas sai da minha linha de tiro se eu tiver que criticar porque não tenho nenhum constrangimento” – acentuou.