O Corinthians é o único mandante que ainda não sofreu gol neste Brasileirão. O Athletico-PR levou um, e o Santos, dois. Quando atuam em casa, são as equipes que mais resistem a finalizações, o que as ajuda a ser as maiores favoritas a vitória nesta rodada. Após sete vitórias consecutivas em casa sob o comando do técnico Fabián Bustos, o potencial de vitória do Santos é de 58% contra o Ceará.

O Athletico-PR tem 53% de chances de vitória contra o Avaí, que ainda não ganhou como visitante no ano, e o Corinthians tem 52% de chances de sair vitorioso no clássico dos dois ataques mais eficazes do Brasileirão, contra o São Paulo.

Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 84.938 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.479 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

Favoritismos passou a apresentar a média de idade dos times titulares para que você possa comparar o histórico dos clubes neste Brasileirão. Varia muito de jogo a jogo? Uma equipe é muito mais jovem ou muito mais experiente do que a outra? Veja abaixo.

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Flamengo

 

Defensivamente, o Flamengo precisará de cuidado porque a cada dois jogos, em média, o Goiás tem um pênalti marcado a seu favor. Foram três até agora, maior marca da competição. Ofensivamente, a equipe carioca terá à prova sua pontaria, já que apesar de contar com um ataque histórico, está com a quinta pior eficiência da competição, com um gol a cada 14,8 tentativas, marca que piora quando mandante, como nesta rodada: um gol a cada 17,7 finalizações. Os saudosos se lembram do 6 a 1 neste confronto, em 2019, que marcou a arrancada da equipe comandada por Jorge Jesus no Brasileirão. Agora, o Goiás está com a terceira defesa mais resistente, com um gol sofrido a cada 13,2 finalizações contrárias, marca que quando visitante cai para um gol sofrido a cada 10,3 finalizações. Equipes fazem e sofrem metade dos gols pelo alto e metade por baixo entre os dez últimos sem contar pênaltis e faltas diretas, com exceção dos sofridos pelo Flamengo, que levou seis por baixo.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Atlético-GO

 

Terceiro pior ataque mandante do Brasileirão (média 0,67), o Atlético-GO recebe o melhor ataque da competição (1,83) e quarto melhor ataque visitante (1,33), mas que também tem a terceira pior defesa visitante (2,00). O jogo tem potencial para gol aéreo do Coritiba porque sem contar pênaltis e faltas diretas, dos últimos dez gols que marcou, em seis usou bolas altas, e dessa forma do Atlético-GO não só levou oito dos últimos dez gols sofridos como sofreu 14 dos últimos 17 com bolas altas. A equipe goiana vem sendo mais eficiente por baixo, tendo seis dos últimos dez gols marcados nascendo em trocas de passes rasteiros. O Coritiba sofre metade pelo alto e metade por baixo.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Santos

Santos é a terceira equipe mais precisa no ataque, com um gol a cada 7,8 finalizações, mas em casa essa marca é ainda melhor, um gol a cada 5,3 tentativas, segundo mandante mais preciso nas finalizações. Quando visitante, o Ceará sofre um gol a cada 9,7 conclusões contrárias. As duas equipes marcaram seis dos últimos dez gols em jogadas aéreas, sem contar pênaltis e faltas diretas. O Ceará sofreu metade pelo alto e metade por baixo, e o Santos sofreu seis por baixo. Há potencial para gol do Santos pelo alto na partida. O Ceará já tem três gols em contra-ataques, maior marca do Brasileirão, e tem a maior média de finalizações dessa forma (2,4 por partida), mas o Santos ainda não levou gol dessa forma.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Palmeiras

 

O jogo tem altíssimo potencial para gol a partir de bola aérea. Sem contar pênaltis e faltas diretas, dos últimos dez gols o Juventude fez e sofreu oito com bolas altas e levou dez dos últimos 12. O Palmeiras marcou seis dos últimos dez gols dessa forma e já provou ter enorme potencial ofensivo, embora no Brasileirão esteja até aqui com a terceira pior eficiência ofensiva visitante, com média de 13,5 finalizações feitas por partida, e tenha marcado apenas um gol em 27 tentativas. Pelo menos, por uma grande coincidência, o Palmeiras também sofreu 27 finalizações e apenas um gol. O Juventude tem levado em cada um gol a cada 10,0 finalizações.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> América-MG

 

Vale a pena prestar atenção no comportamento defensivo das duas equipes: tanto o América-MG em casa quanto o Botafogo fora sofreram um gol a cada 22 finalizações adversárias, o América-MG em dois jogos é entre os mandantes o quarto mais resistente, e o Botafogo em três partidas como visitante é o segundo mais resistente, atrás apenas do Palmeiras (um gol sofrido em 27 finalizações). Até aqui, o jogo tem sido rasteiro para chegar a nove em dez gols do América-MG e seis de dez do Botafogo, sem contar pênaltis e faltas diretas.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Internacional

 

Internacional vem produzindo (12,0) um pouco mais que o Cuiabá (10,2) no ataque e, principalmente, permitindo menos finalizações aos adversários (15,8 x 11,8) no agregado dos mandos, mas precisará de determinação para defender seu espaço aéreo porque o Cuiabá fez e a equipe gaúcha sofreu seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, sem contar pênaltis e faltas diretas. O Cuiabá já venceu em casa no ano passado, mas agora se apoiado na eficiência defensiva que levou 26 finalizações e apenas uma virou gol. Só que acabou contra o Fluminense fazendo contra o gol da vitória da equipe carioca. Essa resistência defensiva será desafiada pelo Inter, que até aqui tem média de 8,3 finalizações por partida fora de casa, terceira pior marca forasteira, com um gol a cada 12,5 tentativas. O Internacional fez sete de seus últimos dez gols em trocas de passes rasteiros, e o Cuiabá sofre metade por baixo.

*Ainda não levou gol como mandante — Foto: Espião Estatístico

*Ainda não levou gol como mandante — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Corinthians

Em campos os dois ataques mais eficazes no agregado dos mandos deste Brasileirão, sendo que em casa o Corinthians faz um gol a cada 4,3 tentativas ao mesmo tempo em que conseguiu em média apenas 6,5 arremates por jogo em casa, menor marca caseira da competição. O São Paulo fora de casa faz um gol a cada 11,0 tentativas. O ataque corintiano pode ser paciente para trabalhar a bola porque a defesa vem dando o devido suporte: a única mandante que ainda não levou gol, apesar de ser a quarta que mais sofre finalizações em média (14,5) após dois jogos, uma temeridade contra um ataque de alto potencial de precisão quanto o que o São Paulo já mostra quando mandante. O Corinthians fez seis dos últimos dez gols pelo alto, e o São Paulo, depois de 13 gols aéreos seguidos, está com a marca de oito dos últimos dez gols em trocas de passe. O Corinthians sofreu com passes seis dos últimos dez gols, e o São Paulo sofreu metade pelo alto e metade em jogadas rasteiras.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Fortaleza

 

Apesar de o Fortaleza ser o mandante que menos sofreu finalizações (6,5), levou em média um gol por partida, e esta tem potencial para gol aéreo do Fluminense, que sem contar pênaltis e faltas diretas fez sete dos últimos dez gols (e sete dos últimos oito) a partir de jogadas aéreas. O Fortaleza (e também o Flu) sofreu seis dos últimos dez gols dessa mesma forma. A favor do Fluminense ter a quarta maior eficiência ofensiva entre os visitantes, um gol a cada 8,3 tentativas, mas essa é também sua média de conclusões por partida, a terceira menor entre os forasteiros. O Fortaleza marcou oito dos últimos dez gols em trocas de passes e, até aqui, tem a pior eficiência ofensiva mandante, um gol a cada 31 tentativas. O Fortaleza ainda não venceu de 2006 para cá como mandante o Fluminense em quatro jogos pela Série A, com um empate e três vitórias do Fluminense.

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Athletico-PR

 

Até seis anos, praticamente, já foi a diferença entre as médias de idade dos titulares do Athletico-PR (24,3 anos) e do Avaí (30,2). A equipe paranaense começa o Brasileirão quase com uma equipe olímpica e já sofreu quatro derrotas em seis jogos, com duas vitórias, que lhe garantem vantagem no desempate para ficar na 15ª colocação, fora da zona do rebaixamento, com uma vitória a mais que o Flamengo. Mesmo com uma jovem equipe, só o Corinthians resistiu mais entre os mandantes: o Athletico-PR levou um gol em 42 finalizações sofridas (o Corinthians ainda não levou gol em casa). O ataque vem encontrando dificuldades (sexto mandante que menos finaliza (12,0) e sexto menos eficaz (um gol em 18 tentativas), ainda assim venceu dois jogos por 1 a 0 e perdeu um pelo mesmo placar, porque a defesa vem dando suporte. Em nove jogos como visitante na temporada toda, o Avaí não fez gol algum em sete deles. Ainda não venceu no ano como visitante. Há oito jogos que empata um e perde o outro. Pelo padrão, desta vez seria uma nova derrota, mas é futebol e pode surpreender. Dos últimos dez gols, o Athletico-PR fez sete em trocas de passes, e o Avaí, seis, mas o Athletico levou nove dos últimos dez gols pelo alto (e 13 dos últimos 15), enquanto o Avaí sofreu metade de cada forma.

 

Bragantino 1 x 1 Atlético-MG >> Foi disputado em 11 de maio

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2022 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 84.938 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.479 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresentará também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Felipe Tavares, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Espião Estatístico/GE)