O Inter ainda espera antes de bater o martelo sobre deixar o CT do Parque Gigante e rumar a Santa Catarina para poder realizar treinos coletivos em meio à pandemia do coronavírus, a exemplo do rival Grêmio. A ideia cresce nos bastidores do clube, mas só será levada adiante a partir de uma sinalização de datas para a volta do futebol no Rio Grande do Sul.

A diretoria aguarda um novo posicionamento da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) sobre o retorno do Campeonato Gaúcho. A entidade trabalhava com a retomada no dia 19 de julho, data já descartada internamente após sinalização negativa do governo estadual.

O Inter espera ainda um novo posicionamento do Governo do Rio Grande do Sul para esta sexta-feira. Mas é improvável que o governador Eduardo Leite flexibilize as restrições para permitir treinos coletivos, dada sua fala anterior nesta semana.

O clube só avançará nas discussões sobre a programação com treinos em outra cidade a partir dessas definições. O entendimento da diretoria é de que não faz sentido aumentar gastos, deslocar o elenco e passar para treinos coletivos sem perspectiva de retorno do futebol.

– O que nos coloca como grande desafio é a data de retorno. A data de 19 de julho já foi descartada. Temos a data de 9 de agosto que também não depende só da boa vontade da CBF. Para nós, é importante que o planejamento tenha um marco. O Inter precisa estar bem preparado para retornar. Não vamos envidar esforços para alcançar esses objetivos, seja pelos custos que vamos ter, pela distância que teremos que percorrer. Agora, se a gente não tem minimamente um horizonte para colocar um retorno, fica difícil – diz o vice de futebol Alessandro Barcellos ao GloboEsporte.com

Viagem de ônibus e ideia de replicar protocolo

À espera das autoridades, o Inter já estuda opções para treinos em Santa Catarina, com uma série de critérios a atender. O local será próximo ao Rio Grande do Sul porque o clube fará o deslocamento por via terrestre, em ao menos dois ônibus para evitar aglomerações.

A estrutura de treinamentos também merece atenção especial. Além de alojamentos e da qualidade do gramado para treinos, o Inter pretende replicar todo o protocolo sanitário criado para os trabalhos no CT do Parque Gigante. A preferência do clube ainda é seguir com as atividades em Porto Alegre, e a mudança de local só ocorrerá em último caso.

– É inviável ter deslocamento aéreo. A possibilidade de ter deslocamentos rodoviários nos remete a locais mais próximos do Rio Grande do Sul. E tem toda uma condição técnica. Gramado, privacidade. Não vamos abrir mão do nosso protocolo. São questões muito sensíveis. Na nossa opinião, era importante que se liberasse (os treinos coletivos) porque aqui é o local mais seguro. No momento em que tem transporte envolvido, tem que ir para outro lugar, todas as condições precisam ser reforçadas. Aqui, tem nove semanas de protocolo – ressalta Barcellos.

Até o momento, o Inter não tem intenção alguma de mandar jogos fora de Porto Alegre, com a retomada do Brasileirão prevista para 9 de agosto. A expectativa do clube é de que até lá seja possível ter futebol sem público no Beira-Rio. (Globo Esporte)