De olho no futuro, Colégio Ibero Americano, da família do judoca David Moura, e a Escola Céu de Papel, optaram pela geração da própria energia pela sustentabilidade e economia
Este ano, com raras exceções, grande parte das empresas foi fortemente impactada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e pelo decreto de calamidade pública. As instituições de ensino fazem parte do grupo de empreendimentos afetados, pois com a recomendação de distanciamento social as aulas foram suspensas no fim de março e assim continuam até hoje.
Com as receitas em queda, algumas escolas da Baixada Cuiabana precisaram diminuir seus custos, e uma das soluções encontradas foi o investimento em energia solar. Além da economia na fatura mensal, a instalação dessa fonte de geração elétrica nas escolas terá um efeito pedagógico. Ao verem na prática o funcionamento de um sistema de produção de energia limpa e eficiente, os alunos percebem que a sustentabilidade não é apenas possível como também é financeiramente interessante.
É nisso que acredita o tradicional Colégio Ibero Americano, de Cuiabá, que com mais de 30 anos de fundação decidiu adotar o uso da energia solar em suas instalações. A instituição de ensino da família do judoca David Moura fechou contrato com a empresa Enerzee, que construirá duas usinas de energia solar em um espaço no município de Chapada dos Guimarães indicado pelo colégio.
David Moura conta que teve a ideia de investir em energia solar durante uma viagem à Alemanha. “Estava saindo do centro de treinamento para o aeroporto e durante o trajeto vi muitas fazendas de energia solar. Foi então que propus a instalação na instituição da nossa família”, conta.
“Acreditamos que energia é uma preocupação mundial. E sabemos que comparado à Alemanha, por exemplo, o Brasil está muito atrás em energia sustentável. Então resolvemos investir pela economia financeira e para dar exemplo e motivar outras empresas a fazerem o mesmo. Resolvemos seguir o exemplo desses países mais desenvolvidos”, explica David Moura.
O projeto já está em fase de construção, com previsão de ser entregue nos próximos meses. Possui 800 placas solares com capacidade para produzir até 34.000 kWh/mês, suficientes para abastecer aproximadamente 100 residências. Segundo ele, a instalação do sistema para abastecer o colégio trará uma economia de aproximadamente R$ 60 mil por ano somente com a conta de energia.
Já em Várzea Grande, a Escola Céu de Papel já recebeu recentemente um sistema de produção de energia solar, também entregue pela Enerzee. O equipamento composto por 36 módulos entrega até 1.500 kWh/mês de energia e oferece uma redução de mais de 90% na conta mensal.
A empresária Gonçalina Vitalino, proprietária e diretora da escola, afirma que desde o ano passado já pesquisava sobre os benefícios da energia solar e este ano, por conta dos custos, optou pela troca da fonte de energia.
“Mesmos sem recebermos os alunos nos últimos meses, a conta de energia veio alta, um valor que é praticamente custo mensal da instalação da energia solar. Assim, a decisão foi fácil de tomar. Agora, além de produzirmos nossa própria energia poderemos oferecer aos nossos alunos um ambiente melhor para quando voltarem as aulas”, afirma.
Sobre o crescimento na demanda das empresas pela instalação de sistemas de energia solar, o CEO da Enerzee, Alexandre Sperafico, afirma que essa é uma tendência natural para o futuro, quando residências, empresas e órgãos públicos poderão produzir sua própria energia, de forma limpa, sustentável e diminuindo custos.
“A energia fotovoltaica em escolas se tornou algo cada vez mais comum no Brasil. A sociedade já compreendeu os benefícios alcançados com a utilização da energia solar. A iniciativa tem como objetivo principal a redução de custos com o consumo de energia elétrica e também a contribuição com a preservação do meio ambiente fomentando a educação ambiental para crianças e adolescentes que têm o contato direto com um exemplo prático de sustentabilidade”, explica.