O contrato que assegura o fornecimento firme de gás natural da Bolívia para Mato Grosso foi assinado pelo governador Mauro Mendes na manhã desta quinta-feira (25), em Santa Cruz de La Sierra, com a presença do presidente da Bolívia, Evo Morales. A formalização garante a entrega de 1,5 milhão de metros cúbicos (m³) do combustível ao mês a partir de 1º de outubro.

O fornecimento foi pactuado entre a Companhia Matogrossense de Gás (MT Gás) e a estatal boliviana Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB), com a intenção de que, em curto prazo, seja criada uma sociedade entre as estatais para expandir a cadeia do gás natural. O gás deve atender a indústria e veículos movidos ao combustível.

“A união comercial é o caminho seguro para o desenvolvimento. O gás natural é uma matriz energética importante, vamos desenvolver um mercado potencialmente grande com esse contrato firme, a preços competitivos, e em um curto prazo, desenvolver ainda mais a indústria local”, avalia o governador Mauro Mendes.

O desenvolvimento de relações comerciais com a Bolívia é uma das prioridades do estado, e o intercâmbio comercial deve ser aprofundado nos próximos meses, afirma Mendes. Os fatores que potencializam as possibilidades de parceria são o fato de Mato Grosso estar localizado no centro da América Latina, e ser um dos maiores produtores de commodities do País, com a expectativa de desenvolver ainda mais a sua produção.

Em discurso, o presidente da Bolívia, Evo Morales, demonstrou a intenção do país vizinho de fortalecer laços comerciais com Mato Grosso, e citou a importância do comércio do gás natural com o Brasil. “Nos unimos para facilitar todos os mecanismos de importação e exportação, não só para melhorar o desenvolvimento econômica dos países latino americanos, mas de todas as nações”, afirma.

Conforme o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, já há um posto de gasolina pronto para abastecer os veículos que possuem o “kit gás” instalado, e um segundo posto, em fase de revisão, que deve operar em breve.

“Pela primeira vez Mato Grosso terá um contrato firme de gás. Até hoje os contratos sempre foram interruptíveis, o que significa que só forneciam se houvesse sobra de gás. Então este é um momento histórico, em que o Estado volta a ter gás, em um contrato firme, com a segurança na entrega”, explica.

Líder da comitiva de parlamentares estaduais que acompanharam a agenda de governo na Bolívia, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, avalia a retomada do gás como um grande avanço para Mato Grosso.  Ele afirma que o Estado está parado em seu desenvolvimento desde a década de 1990, e agora deve sentir os impactos do incentivo à produção dada pela volta do gás.

Assinaram também o contrato o ministro de ministro de Hidrocarburos da Bolívia, Luis Alberto Sánchez Fernández, e o presidente da estatal de gás YPFB, Oscar Barriga Arteaga. Estiveram presentes o secretário Mauro Carvalho Júnior, chefe da Casa Civil; e os deputados estaduais Max Russi (PSB), primeiro secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso; Janaína Riva (MDB), vice-presidente da AL; Paulo Araújo (PP) e Nininho Ondanir Bortolini (PSD).

Segurança jurídica

É a primeira vez, em 15 anos, que o estado tem um contrato de entrega firme, com a garantia de entrega, que cria a segurança jurídica para todos os investidores e para a indústria local realizar a conversão – procedimento que possibilita que os empreendimentos utilizem o combustível.

A demanda atual de gás natural, conforme o presidente da Companhia Matogrossense de Gás (MT Gás), é de 140 mil metros cúbicos (m³) mensal, com a indústria e veículos já convertidos. “Temos o levantamento de uma curva de crescimento para chegar a demanda de 1,5 milhão de m³ mensal até o começo do ano que vem”.

Contrato

A assinatura formaliza o fornecimento de 1,5 milhão de m³ mensais até dezembro de 2020. Haverá a renovação automática do fornecimento por mais 10 anos, caso não se concretize a formação da sociedade. O início contratual do fornecimento será dia 1º de outubro.

No primeiro momento, o gás natural será utilizado nos veículos que contém o “kit gás” instalado, e nas indústrias da Baixada Cuiabana. Com a sociedade que será construída com a estatal boliviana, será possível ampliar o fornecimento de gás para outras regiões do estado, e ampliar o consumo, que pode chegar até a 4 milhões de metros cúbicos (m³), de acordo com a demanda que já existe, e a perspectiva de crescimento industrial.

As vantagens da sociedade do gás natural são: foco na distribuição do combustível, atração de novos mercados, e a inserção de Mato Grosso na rota de investimento do fornecimento do gás de cozinha (GLP) com melhor custo de mercado.

Usina Termelétrica Governador Mário Covas, no Distrito Industrial de Cuiabá