Missas e atividades da igreja católica seguem suspensas em Cuiabá. Na última quarta-feira (22), o governador Mauro Mendes (DEM) liberou o funcionamento dos templos, desde que respeitadas algumas restrições, porém, o arcebispo Dom Milton Santos, da Arquidiocese de Cuiabá – a maior de Mato Grosso, decidiu em manter as transmissões das celebrações via internet. “Não tem como discriminar a fé. Não dá para limitar o acesso a igreja”, explica. As realizações também foram liberadas pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), na semana passada.
Segundo o decreto, os fieis devem manter 1,5 metro de distância entre si, não ter contato físico e o local deve ser limpo constantemente. A medida visa prevenir a contaminação pelo coronavírus Covid-19. Embora possa ser realizada a celebração, Dom Milton decidiu manter as missas virtuais. Além citar que não há como restringir o acesso, não há recursos para a limpeza constante.
Ele pontua que os religiosos têm acompanhado fervorosamente as transmissões. Na missa de Páscoa, por exemplo, foram 9 mil espectadores online, sem contar os que acompanharam a celebração pelo rádio.
“Para o comércio, tudo bem monitorar o acesso. Mas, na igreja não tem como barrar alguém na porta até que outra pessoa saia para ele entrar. Não dá para colocar todos na mesma forma. O comércio precisa funcionar, mas nós podemos fazer a missa virtual. A família é a célula da sociedade. É a igreja doméstica”, relata o religioso.
O arcebispo afirma que a decisão pela transmissão online é uma decisão dos bispos de todo o Brasil. Conta que a Assembleia dos bispos, marcada para começar no dia 22, em Aparecida do Norte (SP) foi cancelada. Ordenações de padres em Cuiabá, crismas e outros eventos marcados foram adiados.
As celebrações de Corpus Christ, que ocorre em 11 de junho, também podem ser suspensas. “Vamos decidir quando estiver mais perto da data. O que não puder ser feito agora, será ano que vem”, relata.
O carnaval católico,Vinde e Vede, que teve sua 34º edição em 2020, pode não ser realizado em 2021. “Não sei ainda como vai ser. Nós estamos em uma guerra e o inimigo é invisível. Nem chegamos ao pico da doença e os próximos meses serão ainda piores. Serão meses de crise na saúde, com o tempo seco que agrava ainda mais a situação”, afirma.
“O pessoal não está fazendo pecado contra Deus, não. A missa está indo até ele. Comungar de forma espiritual não é diferente de pegar a hóstia na igreja. Esse é um momento muito privilegiado para todos nós. Para os féis aprofundarem ainda mais a fé, valorizarem a missa, a religião, a comunidade e a família ”, relata.