Após uma temporada cheia de emoções, o Campeonato Brasileiro de Hard Enduro chegou ao final. A cidade de Poços de Caldas (MG) sediou, nos últimos dias 19 e 20 de outubro, o encerramento do HEBS Rinaldi 2019. O sábado, 19, teve disputas eletrizantes em um prólogo montado dentro do Estádio Municipal Doutor Ronaldo Junqueira. No domingo, 20, a competição partiu para as trilhas ao entorno da cidade, chegando até o limites do município de Águas da Prata (SP).

Em alta no cenário do hard enduro desde 2017, Mato Grosso celebrou a conquista do pódio em três categorias. Na categoria bronze, Lucas Torres teve ótimo desempenho na última prova e ficou com o vice-campeonato na classificação geral. Outros bons resultados foram alcançados pelo veterano Douglas Brás, vice-campeão na iron e o revelação Williams ‘Gazela’, que ficou com a terceira colocação na silver.

Com estes bons resultados, a equipe mato-grossense se credencia para a disputa do título na próxima temporada.

A prova decisiva reuniu os melhores pilotos do país em Poços de Caldas. O Estádio Municipal Doutor Ronaldo Junqueira foi testemunha de grandes disputas e arquibancadas cheias durante o prólogo, montado entre o alambrado e a arquibancada. Depois dos treinos no período da manhã e tomadas de tempo na primeira parte da tarde, os 16 pilotos com melhores tempos na categoria Gold e os 8 melhores tempos das outras categorias, entraram na pista para para disputas de tirar o fôlego.

Em um formato parecido com a etapa de Morungaba (SP), dois pilotos disputaram, lado a lado, cada obstáculo. Entre uma disputa e outra, muitas foram definidas apenas no último obstáculo e houve até, para o delírio do público, pilotos com motos nacionais de baixa cilindrada vencendo adversários com motos importadas.

Outro ponto alto do dia, ficou por conta das disputas entre Rigor Rico, da equipe Beta Brasil Team Rinaldi e Crispy Arriegada, da equipe Orange BH. O argentino, que é piloto de Enduro FIM, chegou a liderar, mas viu Rigor assumir a ponta na primeira volta em um total de 4. O mineiro chegou a abrir alguns segundos, mas no final o argentino encostou e deixou a disputa eletrizante até o fim.

“Foram duas disputas, uma com Tiaguinho e outra com o Crispy. O Tiaguinho saiu na minha frente e no final da reta tentei dar o “X” nele e não consegui, mas logo depois eu cortei ele e minha linha estava muito boa na sequência de troncos. Então foi concentrar para não errar. A final foi bem legal. Foram quatro voltas e eu já tinha corrido contra o Crispy. Ele era mais rápido nas curvas e eu era mais rápido nos obstáculos. Ele largou na frente, mas eu mantive a calma e no matrix eu consegui ultrapassar ele. Depois tentei abrir uma vantagem no começo e na última volta foi só concentrar para não errar.” finalizou Rigor.

Outra disputa que levantou o público foi entre o gaúcho Tiago Mergener e Ripi Galileu, da equipe Beta Brasil Team Rinaldi. Tiaguinho levou a melhor e apresentou um estilo agressivo ao passar os obstáculos.

“O prólogo surpreendeu mais uma vez e levantou o público. Além disso, foi muito competitivo. Fiquei muito contente em finalizar na terceira posição. Estou treinando cada vez mais para melhorar minha técnica no prólogo.” conta Tiago Mergener.

Trilhas Infinitas

Os organizadores do King OFF the Jungle 2019 prepararam para o domingo, dia 20, uma sequência de trilhas ao entorno de toda a cidade. Os pilotos da Gold andaram cerca de 90 quilômetros no topo de uma cadeia de montanhas, que na realidade são a borda de um vulcão inativo a milhares de anos.

“King foi top. Trilhas sem fim. O roteiro foi show! Na minha opinião, o melhor de todos que já fiz até agora.” enfatizou Rodrigo Zuccon, piloto e organizador do Hard in Help.

Rigor Rico já tinha garantido o título com uma etapa de antecedência, mas isso não deixou as disputas menos quentes. Novamente, mas desta vez nas trilhas, o piloto argentino, Crispy Arriegada, apresentou uma excelente performance diante da dificuldades. Não fosse um erro de navegação, certamente teria finalizado em uma boa colocação.

“Na primeira parte eu abri uma vantagem de uns 6 minutos, que me deram uma tranquilidade. Depois as ultimas duas partes, eram trilhas mais rápidas e eu tive um problema com a pedaleira da moto, que me atrapalhou um pouco.” comenta Rigor sobre a prova.

O Argentino Crispy Arriegada, da equipe Orange BH, mostrou-se um adversário duro e com possibilidades de brigar pelo título do HEBS 2020.

“Logo no final do deslocamento o Crispy me alcançou e estranhei um pouco. Como era zona de radar, já imaginei que ele tinha estourado o limite. Ele me cortou em um trecho de alta e fez muita poeira, como eu sabia que ainda tinha uma vantagem, tentei manter a diferença. No final cheguei uns 15 segundos atrás e infelizmente com algumas penalizações, o Crispy ficou com resultado prejudicado.” concluiu Rigor Rico, primeiro campeão do HEBS.

Para a maioria dos pilotos a prova teve o nível de dificuldade adequado. No entanto, alguns pilotos sentiram o peso da prova, mas atribuem a uma escolha errada de categoria.

“Fui bem e me diverti bastante no começo, mas fui minando fisicamente. Em uma parte da prova minha moto enroscou a corrente e depois ficou sem partida. Resolvi desistir, mas concordo que deveria ir na Iron. Certamente teria me divertido ainda mais.” frisou Adeilton Santos, da equipe Tranqueiras Racing.

O vice campeonato estava em aberto. Apesar de Tiago Mergener ter vantagem, Thiago Lume e Ripi Galileu também tinham chances de garantir o segundo lugar. No entanto, Tiaguinho concluiu em segundo, ficando assim com o vice campeonato, na principal categoria.

“A corrida foi um pouco diferente do que estou acostumado. Foram trilhas bem andadas, como um enduro fim. Tinham muitos trechos de alta e eu só treinei no travado, porque as etapas do HEBS foram sempre mais travadas. Vi que terei que treinar mais a velocidade. No entanto, foi uma das etapas mais bem organizadas e com trilhas maravilhosas. Fiquei muito feliz em fechar com o vice campeonato. Estou ansioso para o ano que vem.” concluiu Tiago Mergener.

Com a proposta de fazer um Hard Enduro Rally, o King 2019 teve novos desafios, tanto para organizadores, como para pilotos. Portanto, tudo foi muito bem planejado e ao final poucos foram os erros. Ao todo, foram 90 km de trilhas para categoria Gold e Silver, 68 km Bronze e Nacional e 60 km para Iron. A etapa também fechou com um recorde de 102 inscritos em todas as categorias.

Big Hard

A estreia da categoria Big Trail foi um sucesso na opinião dos participantes. A opção de acompanhar a prova acessando lugares que só são possíveis de moto e ainda passando por lindas paisagens, animaram a todos.

“Foi um “Big” domingo com as Big Trails. Fizemos um passeio com vários graus de dificuldade e bem adaptados para nossas motos. Os guias foram fantásticos e os pilotos participantes, tornaram-se novos amigos. Desfrutamos de lindas paisagens e de muitas emoções.” contou Alexandre Campos, de Campinas. E ainda concluiu: “Quando é o próximo?”

O HEBS Rinaldi tem patrocínio de Rinaldi Pneus, BMS Racing, Jarva Racing, 3R Motos e Bikes, Agência Calango, Moto Arts,  JDR e Putoline. Apoio, Prefeitura de Poços de Caldas.

Rigor Rico ficou com o título na categoria Gold

Classificação final do Brasileiro de Hard Enduro após a 6ª Etapa

Gold

  1. Rigor Rico

  2. Tiago Mergener

  3. Ripi Galileu

Silver

  1. Marco Tulio

  2. Luis Brunatto

  3. Willians Kauffman

Bronze

  1. Eduardo Furtado

  2. Lucas Torres

  3. Fábio de Pontes

Nacional 

  1. Rodrigo Lima

  2. Eduardo Mourão

  3. Diego Dias

Iron 

  1. Carlos Alberto

  2. Douglas Braz

  3. Evandro Souza

(Com informações da assessoria)