Lewis Hamilton se disse grato pelo fato de o Halo ter evitado que a roda do carro de Max Verstappen exercesse uma pressão maior sobre sua cabeça e pescoço no acidente protagonizado pela dupla no GP da Itália, neste domingo, em Monza. Segundo o britânico, ele ainda foi atingido e sente dores, mas crê que sem a peça de proteção a situação poderia ter sido pior.
– Honestamente me sinto abençoado hoje. Graças a Deus pelo Halo, pois, no fim das contas, salvou meu pescoço. Acho que nunca fui atingido na cabeça por um carro antes, o que me deixou um pouco assustado, porque não sei se viram nas imagens, mas minha cabeça foi muito para a frente. E eu estou no automobilismo há muito tempo, então muito grato por ainda estar aqui.
Após a dupla dividir a primeira curva do circuito, o carro de Verstappen decolou ao passar pela zebra e aterrissou em cima da Mercedes do rival na entrada da segunda perna. Com um carro em cima do outro, a dupla precisou abandonar a corrida. Hamilton também falou sobre a surpresa com a reação de Verstappen, além de dar sua visão do lance e de comentar a decisão dos comissários de punir o rival com a perda de três posições no grid de largada do GP da Rússia. A prova foi vencida por Daniel Ricciardo, que comandou a dobradinha da McLaren.
Dores no pescoço e visita a especialista
– Eu acho que a Angela (Cullen, a fisioterapeuta pessoal do piloto) vai ter que viajar bastante comigo nesses próximos dias, mas acho que vou precisar ver um especialista para ter certeza que estarei bem para a próxima corrida, porque (o pescoço) está cada vez mais rígido, principalmente agora que a adrenalina se foi, mas eu vou trabalhar com ela para melhorar isso. Vou sobreviver.
Surpresa com reação de Max
– Eu vi o Max sair do carro e se afastar. Eu fiquei um pouco supreso porque quando acontece um acidente assim, a primeira coisa que você faz é saber se o cara em que você bateu está bem. Mas o bom é que eu consegui sair bem para lutar em um novo dia.
De costas para os carros na brita, Max Verstappen volta caminhando aos boxes após o acidente — Foto: Lars Baron/Getty Images
Tentativa de voltar para a corrida a todo custo
– No carro, tudo que eu pensava era em continuar e em quantas posições eu havia perdido. Eu ainda estava em modo de corrida, ainda pensando em como eu poderia voltar para a pista. Ainda ali com dores, mas apenas pensando: “Vamos, anda…”. Mas, infelizmente, o carro não se movia.
Decisão dos comissários
– Acho que estou orgulhoso com os comissários. Eu preciso de mais tempo para refletir a respeito, mas acho que definitivamente criar um precedente, e acho que é importante para que possamos seguir adiante, importante para a segurança dos pilotos que regras duras sejam colocadas em prática.
Opinião sobre o acidente
– Sobre o acidente em si, se você ver o início da corrida, foi parecido quando tentei ir por fora do Max (na curva 4, ainda na primeira volta…. Mas assim, somos pilotos experientes e de ponta. Eu agora sei que não posso ir por fora do Max, deu para vem em Imola, ele te joga para fora, deu para ver hoje na primeira volta, ele te joga para fora…
– E em todas as oportunidades, eu saí do caminho para evitar acidentes. Mas hoje eu estava à frente na curva 1, deixei espaço de um carro na parte de fora e eu estava à frente na entrada da curva 2. Ele perdeu controle na zebra e bateu em mim. Então eu não me sentido culpado. No fim da contas, tem um ponto em que você precisa reconhecer que não vai conseguir fazer a curva e que vai precisar usar a área de escape. Em geral, o pessoal acaba usando a zebra, então eu não sei por que ele não o fez… (Globo Esporte)