O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (09) que o governo federal já esperava um aumento da inflação neste ano, em decorrência do cenário internacional, e pediu cautela em relação à fixação da taxa básica de juros, determinada pelo Banco Central.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que a inflação oficial do país voltou a acelerar, após perder força no mês passado, e ficou em 0,38% em julho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) teve uma alta de 0,17 ponto percentual em relação a junho, quando variou 0,21%. No ano, acumulou alta de 2,87%.

Já nos últimos 12 meses, a taxa do IPCA é de de 4,5%, acima dos 4,23% observados nos 12 meses imediatamente anteriores e atingindo o teto da meta estabelecida pelo governo (3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo). Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em julho. A maior variação (1,82%) e impacto vieram de transportes.

“Nós estamos acompanhando, tomando as medidas necessárias, o Banco Central tem falado a respeito. O dólar teve uma queda significativa nos últimos dias, e a gente espera que esses números convirjam para patamares inferiores. Mas nós esperávamos, em função do que está acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação deste ano. Então vamos acompanhar, com calma, o BC já parou os cortes e vamos analisar com calma. Muita coisa para acontecer ainda esse ano, sobretudo no cenário internacional. Temos que ter cautela agora. Sem ansiedade”, disse.

Haddad comentou ainda a fixação dos juros, cuja responsabilidade é do Banco Central. “Então tem que ver a trajetória da inflação ao longo dos meses para saber qual remédio adequado para conter eventual aumento de preços. Inclusive tivemos boas notícias em relação à cesta básica, preço de alimentos. Temos que acompanhar, sem ansiedade. Tomar as medidas necessárias para o Brasil continuar crescendo”.

(R7)