Quem não se lembra da Boate Senzala. Local frequentado por jovens de meia idade e até idosos. Ambiente tranquilo onde reinava a harmonia, alegria e o entretenimento.
A vocação em trabalhar com eventos de Aluízio de Paula começou há 59 anos, herdando dos pais a tradição de festejar a Padroeira Várzea-grandense, Nossa Senhora da Guia e São João Batista. Sempre lembrava da lavagem do Santo no açude do seu pai, onde ficou marcado em sua mente. Lembrava que após a missa saiam em procissão, acompanhados da banda da Polícia militar, que executava os hinos até o local da lavagem. Depois retornavam e eram três dias de festas.
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Aluízio nunca deixou essa tradição morrer e até em 2019 realizou a tradicional festa onde faz parte do calendário cultural da cidade.
Com a experiência adquirida nas festas surgiu a ideia de abrir um espaço permanente para realização de bailes, comprou equipamentos, jogos de luz e etc. e assim surgiu sua primeira boate, Clube Senzala no bairro Ipase. Dizia ele: “era uma ferveção, sexta, sábado e domingo, muita música boa e gente bacana”. No carnaval então, nem se fala, era um sucesso. Lembrava que teve um ano que o clube do Operário fechou por não ter público, enquanto que no Senzala estava explodindo de gente.
O que mais deixava Aluízio feliz, era lembrar que seus clubes (Clube do Aluízio ou Senzala) sempre funcionou em locais próprios, em barracão improvisados.
Juntamente com a sua amiga Renata e Pedro Dias De Oliveira Campos Filho, Aluízio relatava que organizava diversos desfiles e festas e colocava em prática toda sua habilidade na carpintaria, e ele mesmo fazia as passarelas e bancos. Renata sempre disse que não cobrava nada pelas produções, fazia por amizade e todos queriam ver ela com suas produções finas trazidas de São Paulo.
Com a paixão pelo carnaval, Aluízio criou até uma escola de Samba a “Acadêmicos da Vila Real”, e juntamente com Zé de Paula viajou duas vezes ao Rio de janeiro e comprou todos os instrumentos e uniformes para os integrantes.
Sob sua responsabilidade a escola reinou absoluta por 4 anos, participando dos carnavais em VG e Cuiabá.
Após entregar o cargo para outra administração a escola funcionou apenas um ano e acabou.
Numa dessas idas ao Rio de Janeiro conheceu grandes personalidades, entre Elas Rogéria e Sabrina. A primeira esteve abrilhantando a Boate Senzala certa vez.
Aluízio Francisco de Paula, morreu em Várzea Grande aos 76 anos, faria aniversário em 04 de abril.
Fonte: Francisco das Chagas Rocha

*WILSON PIRES DE ANDRADE  é jornalista, locutor e mestre de cerimônia  em Mato Grosso. Foi Secretário de Comunicação de Várzea Grande; e fundador e presidente da Associação Mato-Grossense de Colunistas Sociais (Amacos).

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