Em 31 de março de 1964, inicia-se o período de governo revolucionário e o município acompanha as normas ditadas pelo novo sistema governamental, advindo daí o mandato tampão, que se efetiva a partir de 26 de julho de 1965 quando foram empossados o prefeito GABRIEL DE MATOS MULLER e o vice JOSÉ LEITE DE MORAES para um mandato de vinte meses, em substituição ao prefeito Napoleão José da Costa.
Os vereadores eleitos para a composição da Câmara Municipal, durante esse curto período, eram Rubens do Santos, Natalino Garcia, Zeno de Oliveira, Oldemar Pereira, Benedito José da Silva, Darcy Lourenço da Silva e Luizinho Pedro de Lima e Benedito Sebastião da Silva (suplente). Foi presidente da Câmara Municipal neste período o vereador Oldemar Pereira que conduziu seu mandato pacificamente.

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O Dr. Gabriel Muller exerceu o mandato por pouco mais de um ano, pois em 20 de setembro de 1966 se desincompatibilizou para candidatar a deputado estadual.
Assumiu o cargo de prefeito municipal de Várzea Grande o vice-prefeito José Leite de Moraes, que completou esse mandato tampão até janeiro de 1967.

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Em março de 1964, o governo de João Goulart estava por um fio. Sob o contexto da Guerra Fria, as forças políticas da nação se mostravam divididas entre projetos de governo que determinaram uma oposição de forças não mais sustentada pelo jogo político populista. De um lado, os movimentos sociais e os partidos de esquerda militavam em favor de amplas reformas sociais e políticas. De outro, os conservadores e as elites projetavam o desenvolvimento concentrador pensado de cima para baixo.
Foi nesse cenário do referido mês que o anúncio das Reformas de Base, divulgado no Comício da Central do Brasil, foi logo respondido com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Dada essa cisão entre direita e esquerda, forças militares se mobilizaram para então retirar o presidente Jango do poder. Sem apresentar resistência, João Goulart entregou o cargo e se dirigiu para o Rio Grande do Sul. Lá, encontraria o genro e deputado federal Leonel Brizola disposto a organizar uma reação.
Nascia então o Movimento Nacionalista Revolucionário, uma das primeiras tentativas organizadas para se tentar derrubar o regime militar brasileiro. Leonel Brizola acreditava que a convocação da população para a luta seria uma alternativa possível para que o governo militar não se consolidasse. Não por acaso, com o apoio do presidente Fidel Castro, o deputado gaúcho enviou um destacamento de guerrilheiros que treinariam com as forças do governo de Cuba.
Em março de 1965, ainda insistindo na via armada, Leonel Brizola forneceu apoio a uma coluna, que partiu da cidade gaúcha de Três Passos em direção ao Mato Grosso. A expectativa inicial era de que a referida coluna, então liderada pelo ex-coronel Jefferson Cardim e composta por outros dezessete guerrilheiros, conquistasse novos apoiadores para que a ação tomasse corpo. No entanto, quando chegaram à cidade paranaense de Cascavel, os envolvidos foram surpreendidos pelas forças oficiais.
A ação mais ambiciosa do MNR viria a acontecer no ano de 1967, com a organização da Guerrilha do Caparaó. Dada como um fruto do apoio cubano à Brizola, essa ação de guerrilha se instalou na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O objetivo fundamental era, a espelho da experiência revolucionária cubana, promover um movimento que viesse a ganhar o apoio popular. No entanto, acabaram sendo desarticulados sem nem mesmo chegar a lutar contra militares.
Sem conseguir resultados significativos em suas investidas, Leonel Brizola enterrou os projetos de luta lançados pelo Movimento Nacionalista Revolucionário. Enquanto o referido político vivia o exílio em terras uruguaias, outros partidos e movimentos deram prosseguimento às tentativas de derrubar os militares pela força das armas. Apesar da continuidade, os militares tiveram êxito na organização de mecanismos que detivessem essas outras ações de confronto.

 

*WILSON PIRES DE ANDRADE  é jornalista, locutor e mestre de cerimônia  em Mato Grosso.

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