Em 31 de março de 1964, inicia-se o período de governo revolucionário e o município acompanha as normas ditadas pelo novo sistema governamental, advindo daí o mandato tampão, que se efetiva a partir de 26 de julho de 1965 quando foram empossados o prefeito GABRIEL DE MATOS MULLER e o vice JOSÉ LEITE DE MORAES para um mandato de vinte meses, em substituição ao prefeito Napoleão José da Costa.
Os vereadores eleitos para a composição da Câmara Municipal, durante esse curto período, eram Rubens do Santos, Natalino Garcia, Zeno de Oliveira, Oldemar Pereira, Benedito José da Silva, Darcy Lourenço da Silva e Luizinho Pedro de Lima e Benedito Sebastião da Silva (suplente). Foi presidente da Câmara Municipal neste período o vereador Oldemar Pereira que conduziu seu mandato pacificamente.
Leia Também:
– Poder Legislativo de Várzea Grande, 72 anos de instalação
– Há 104 anos nascia Elmaz Gattas
– Aeroporto Marechal Rondon, 65 Anos dividindo Várzea Grande
– Há 7 anos os amantes da noite perdiam Júlio Birré: um boêmio equilibrado
– Gonçalo Domingos de Campos e seus segredos
– 14 anos sem o nosso maior artilheiro
– Há 90 anos nascia Sarita Baracat, uma mulher vitoriosa
– O Beco do Porrete nunca mais foi o mesmo, quando há 21 anos morria Bugrelo, o Fufu-de-Veado
– Há oito anos morria Edson Reveles, um amante do Magistério
– Há 83 anos nascia Júliio Birré, um boêmio equilibrado
– Há 85 anos nascia o folclório “Bugrelo” ou Fufu-de-Veado
– Há 103 anos, nascia “seo” Manoel Bernardo, um comerciante à moda antiga
– Há 80 anos nascia Ary Leite de Campos
-Várzea Grande, 153 anos de história e tradição
-Lamartine Pompeo, um apaixonado por Várzea Grande
-Há 100 anos Adalgisa de Barros era empossada professora na Vila de Várzea Grande
-“Seo Fiote”: 103 anos de uma trajetória vitoriosa
-Há 20 anos o Beco do Porrete perdia Bugrelo, o Fufu-De-Veado
-Rasqueado: de várzea-grandense a cuiabano
-Sovaco à Souza Lima – 71 anos de história e tradição
-O marco histórico de Várzea Grande faz 67 anos
-Bom Sucesso, 16 anos de história e tradição
-Há seis anos morria Ary Leite de Campoos, impulsivo e demasiadamente franco
-Várzea Grande celebra 71º aniversário de autonomia político-administrativa
-Bom Sucesso, 195 anos de história e tradição
-Há 121 anos morria José Vieira Couto de Magalhães
–Oxente… Agora vai…!!!!
-A inveja mata até o invejoso
-Clube Náutico – 73 anos de muitas histórias
-Há 54 anos, Gabriel de Matos Muller era empossado prefeito de Várzea Grande
O Dr. Gabriel Muller exerceu o mandato por pouco mais de um ano, pois em 20 de setembro de 1966 se desincompatibilizou para candidatar a deputado estadual.
Assumiu o cargo de prefeito municipal de Várzea Grande o vice-prefeito José Leite de Moraes, que completou esse mandato tampão até janeiro de 1967.
́
Em março de 1964, o governo de João Goulart estava por um fio. Sob o contexto da Guerra Fria, as forças políticas da nação se mostravam divididas entre projetos de governo que determinaram uma oposição de forças não mais sustentada pelo jogo político populista. De um lado, os movimentos sociais e os partidos de esquerda militavam em favor de amplas reformas sociais e políticas. De outro, os conservadores e as elites projetavam o desenvolvimento concentrador pensado de cima para baixo.
Foi nesse cenário do referido mês que o anúncio das Reformas de Base, divulgado no Comício da Central do Brasil, foi logo respondido com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Dada essa cisão entre direita e esquerda, forças militares se mobilizaram para então retirar o presidente Jango do poder. Sem apresentar resistência, João Goulart entregou o cargo e se dirigiu para o Rio Grande do Sul. Lá, encontraria o genro e deputado federal Leonel Brizola disposto a organizar uma reação.
Nascia então o Movimento Nacionalista Revolucionário, uma das primeiras tentativas organizadas para se tentar derrubar o regime militar brasileiro. Leonel Brizola acreditava que a convocação da população para a luta seria uma alternativa possível para que o governo militar não se consolidasse. Não por acaso, com o apoio do presidente Fidel Castro, o deputado gaúcho enviou um destacamento de guerrilheiros que treinariam com as forças do governo de Cuba.
Em março de 1965, ainda insistindo na via armada, Leonel Brizola forneceu apoio a uma coluna, que partiu da cidade gaúcha de Três Passos em direção ao Mato Grosso. A expectativa inicial era de que a referida coluna, então liderada pelo ex-coronel Jefferson Cardim e composta por outros dezessete guerrilheiros, conquistasse novos apoiadores para que a ação tomasse corpo. No entanto, quando chegaram à cidade paranaense de Cascavel, os envolvidos foram surpreendidos pelas forças oficiais.
A ação mais ambiciosa do MNR viria a acontecer no ano de 1967, com a organização da Guerrilha do Caparaó. Dada como um fruto do apoio cubano à Brizola, essa ação de guerrilha se instalou na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O objetivo fundamental era, a espelho da experiência revolucionária cubana, promover um movimento que viesse a ganhar o apoio popular. No entanto, acabaram sendo desarticulados sem nem mesmo chegar a lutar contra militares.
Sem conseguir resultados significativos em suas investidas, Leonel Brizola enterrou os projetos de luta lançados pelo Movimento Nacionalista Revolucionário. Enquanto o referido político vivia o exílio em terras uruguaias, outros partidos e movimentos deram prosseguimento às tentativas de derrubar os militares pela força das armas. Apesar da continuidade, os militares tiveram êxito na organização de mecanismos que detivessem essas outras ações de confronto.
*WILSON PIRES DE ANDRADE é jornalista, locutor e mestre de cerimônia em Mato Grosso.