Elmaz Gattass Monteiro, para quem não conheceu essa senhora, que sempre residiu na Rua Pedro Pedrossian, centro de Várzea Grande, trata-se de uma professora e mãe de família que gostava de dizer que era realizada e, particularmente, muito feliz com a criação dos seus 29 filhos, sendo treze adotivos, e mais de 150 netos.
Nascida em 18 de junho de 1917, filha de Miguel Abdalla Gatass e Simoa Estelita da Costa Vital, dona Elmaz Gattass Monteiro era natural do município de Nossa Senhora do Livramento, morou em Várzea Grande desde 1945. Em N. S.do Livramento, ela viveu até os sete anos de idade, ocasião em que se deslocou para Corumbá-MS, em companhia dos pais. Ficou em Corumbá até os doze anos, onde inclusive iniciou seus estudos na Escola Particular Eutrópia Pedroso.
Com doze anos, a família retornou para Mato Grosso, mais propriamente para Cuiabá. Dessa forma, dona Elmaz deu seqüência nos estudos, através de participação ativa no Grupo Escolar Senador Azeredo. Em seguida, o caminho foi o Colégio Estadual Liceu Cuiabano. A Escola Normal – foi feita no Sagrado Coração de Jesus.

– Há 30 anos, morria Gonçalo Domingos de Campos

– Várzea Grande, 155 anos de história e tradição

– “Seo” Manoel Bernardo, um comerciante à moda antiga 

– A morte de Júlio Birré

– Silvério França: 40 anos de sapataria, selas e arreios

– Há 71 anos Seo Fiote era empossa como prefeito de Várzea Grande

– Há dois anos morria o folcórico, festeiro e carnavelsco Aluízio de Paula

– O Marco Histórico de Várzea Gande faz 69 anos

– Bom Sucesso, 198 anos de história e tradição

– Há oito anos morria Ary Leite de Campos, um homem impulsivo e demasiadamente franco

– Há 44 anos o Estado de Mato Grosso era dividido

– Várzea Grande, 73 anos de independência

– Há 104 anos nascia “seo” Manoel Bernardo, um comerciante à moda antiga

– Há 56 anos, Gabriel de Matos Müller era emposado prefeito de Várzea Grande

– Poder Legislativo de Várzea Grande, 72 anos de instalação

– Há 104 anos nascia Elmaz Gattas

– Aeroporto Marechal Rondon, 65 Anos dividindo Várzea Grande

– Há 7 anos os amantes da noite perdiam Júlio Birré: um boêmio equilibrado

– Gonçalo Domingos de Campos e seus segredos

– 14 anos sem o nosso maior artilheiro

– Há 90 anos nascia Sarita Baracat, uma mulher vitoriosa

– O Beco do Porrete nunca mais foi o mesmo, quando há 21 anos morria Bugrelo, o Fufu-de-Veado

– Há oito anos morria Edson Reveles, um amante do Magistério

–  Há 83 anos nascia Júliio Birré, um boêmio equilibrado

– Há 85 anos nascia o folclório “Bugrelo” ou Fufu-de-Veado

– Há 103 anos, nascia “seo” Manoel Bernardo, um comerciante à moda antiga 

– Há 80 anos nascia Ary Leite de Campos

-Várzea Grande, 153 anos de história e tradição

-Lamartine Pompeo, um apaixonado por Várzea Grande

-Há 100 anos Adalgisa de Barros era empossada professora na Vila de Várzea Grande

-“Seo Fiote”: 103 anos de uma trajetória vitoriosa

-Há 20 anos o Beco do Porrete perdia Bugrelo, o Fufu-De-Veado

-Rasqueado: de várzea-grandense a cuiabano

-Sovaco à Souza Lima – 71 anos de história e tradição 

-O marco histórico de Várzea Grande faz 67 anos

-Bom Sucesso, 16 anos de história e tradição

-Há seis anos morria Ary Leite de Campoos, impulsivo e demasiadamente franco

-Várzea Grande celebra 71º aniversário de autonomia político-administrativa

-Bom Sucesso, 195 anos de história e tradição

-Há 121 anos morria José Vieira Couto de Magalhães
–Oxente… Agora vai…!!!!
-A inveja mata até o invejoso

-Clube Náutico – 73 anos de muitas histórias

-Há 54 anos, Gabriel de Matos Muller era empossado prefeito de Várzea Grande

E foi em 25 de abril de 1939, após a conclusão dos estudos, que dona Elmaz Gatass Monteiro casou-se com Francisco Monteiro Sobrinho, um varzeagrandense responsável pela sua permanência em Várzea Grande até os últimos dias de sua vida. Desse relacionamento proporcionou o surgimento de dezesseis filhos, além de treze adotivos.
“Os meus filhos estão todos aqui (Várzea Grande)”, dizia ela, após observar que a grande parte dos filhos adotivos foi embora de Várzea Grande. “Nossa convivência sempre foi harmoniosa, e sempre procuramos eu e o meu marido, darmos os exemplos da vida para nossos filhos”, dizia dona Elmaz.
Um fato marcante e que a deixava satisfeita, conforme revelava era a presença dos filhos e netos, diariamente, todas as manhãs, para o chamado café. “Todos os dias eles estão aqui, é uma felicidade”, costumava dizer. Só para ter uma ideia, 65 pães eram consumidos pela família toda manhã.
Outro detalhe que a deixava comovida, era com a saudade, foi o tempo em que trabalhou junto à comunidade varzeagrandense.
Professora aposentada, 32 anos de magistério, dona Elmaz Gatass Monteiro, também possuía um curso de enfermagem e sempre procurou dar o melhor de sua pessoa em benefício, principalmente, da comunidade carente, através de atendimento, encaminhamento e partos. “Aqui não tinha nem mesmo farmácia. Transporte recordava só de montaria e o ônibus, uma vez por dia”, lamentava.
Conforme ela dizia, Várzea Grande era muito pobre nessa época, não dispunha de comércio e indústrias, “a não ser as fábricas de banha”. A contrapartida lembrava é que o povoado era formado, como sempre, por um “povo carinhoso, agradável, que prezava muito a amizade”. Ao lado do esposo, dona Elmaz recordava que viveu na luta e na harmonia, no cumprimento do dever e na responsabilidade com os filhos.
POLÍTICA
Em 1948 quando começou o movimento para criação do município, a família Monteiro teve influência importante, fato de contar com um vereador na Câmara Municipal de Cuiabá, filho de Várzea Grande, o doutor José Monteiro de Figueiredo. “Ele trabalhou muito, ao lado dos irmãos Curcínio Monteiro da Silva e Benedito Monteiro da Silva (Tino). Eles se juntaram a outras lideranças e trabalharam para elevar o distrito à categoria de município”, afirmava com orgulho Elmaz Gatass.
O primeiro prefeito do município, conforme recordava foi um amigo da família Gonçalo Romão de Figueiredo. “Como filhos de Várzea Grande, em sua maioria, todos os prefeitos que passaram por aqui, trabalharam pelo desenvolvimento do município”. A nível de lazer, na época, dona Elmaz Gatass recorda somente dos bailes e das festas das escolas. A professora Elmaz Gatass gostava muito de falar de suas atividades em prol da comunidade. Por exemplo, “Certa ocasião, quando estava na diretoria de uma escola, distribuiu cem pares de sapatos para as crianças mais carentes”, lembrava com bastante orgulho.
Sobre a Várzea Grande de hoje, ela via com satisfação o crescimento da cidade. “É um município grande e que vem recebendo atenção da administração”. Após essa afirmação, dona Elmaz Gatass fez uma ressalva: “Eu sou sincera a ponto de elogiar ou até mesmo criticar um governo, quando o mesmo não esteja saindo bem”.
COMÉRCIO
Elmaz Gatass Monteiro foi comerciante desde que se casou com Francisco Monteiro Sobrinho, onde fabricou até banha. Após ser aposentada do magistério, montou uma empresa de armarinhos. Sempre foi muito atenta aos problemas do município e não se esquecia de mencionar que a cidade crescia muito e que a periferia ainda padecia de muitas obras essenciais, como limpeza pública, por exemplo.
Para encerrar, dona Elmaz Gatass Monteiro, dizia que como mãe de família não podia esquecer as amizades sinceras que sempre ajudaram e deram atenção especial a família Monteiro, como o senhor Júlio Domingos de Campos (Fiote) e sua família, o ex-prefeito e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas, Ary Leite de Campos e o fiel amigo Gonçalo Pedroso Branco de Barros. Ainda nesta lista, Elmaz Gattass destacava ainda os nomes do ex-deputado Licínio Monteiro da Silva e do coronel Ubaldo Monteiro da Silva.

Dizia muitas vezes com gratidão:  “São homens que sabem como ninguém nesta cidade, o valor que representei para esta terra onde nasceram meus filhos, netos e toda geração dos Monteiros & Gatass”.

Com uma personalidade muito forte, liderança incontestável, dever cumprido e uma vida realizada, dona Elmaz Gatass Monteiro morreu no dia 15 de setembro de 2002, aos 85 anos.

 

*WILSON PIRES DE ANDRADE  é jornalista, locutor e mestre de cerimônia  em Mato Grosso. Foi Secretário de Comunicação de Várzea Grande; e fundador e presidente da Associação Mato-Grossense de Colunistas Sociais (Amacos).

E-MAIL:                    wilson.piress@gmail.com 
CONTATO:              www.facebook.com/wpa.pires
“Eu sou sincera a ponto de elogiar ou até mesmo criticar um governo, quando o mesmo não esteja saindo bem”, dizia sempre dona Elmaz Gattass Monteiro