A partida entre Guarani e Chapecoense foi marcada por homenagens às vítimas do acidente com o avião que levava a delegação condá para a final da Copa Sul-Americana. A queda completa quatro anos neste domingo (29) e, na ocasião, morreram 71 pessoas entre jogadores, comissão técnica, estafe, diretoria, imprensa, convidados e tripulação.
Os jogadores da Chapecoense entraram em campo vestindo uniformes brancos, como forma de “transmitir a ideia de paz”, segundo divulgado pelo clube.
Além disso, carregaram uma faixa em apoio aos familiares das vítimas do acidente.
“Nunca esqueceremos! 4 anos de saudade, todos juntos na busca por reparações e justiça! Solidariedade aos familiares das vítimas do acidente aéreo.”
Na saída para o intervalo, o volante Alan Ruschel, um dos sobreviventes falou com o repórter Gustavo Biano e falou sobre o sentimento de estar em campo e atuar em alto nível depois de ter passado pelo acidente.
– É sempre um momento de reflexão para mim, já são quatro anos do que aconteceu. Graças a Deus, eu consegui voltar a jogar e realizar o sonho pela segunda vez. Eu sempre deixei bem claro que a minha motivação maior em voltar a jogar era representar aquelas pessoas da melhor maneira possível. E hoje acho que estou conseguindo fazer isso, estou conseguindo representar bem. Então acho que cabe para mim, para todo mundo, um momento de reflexão, porque todo mundo sabe o motivo do que aconteceu. Agora é claro que a vida precisa continuar. Minha vida, principalmente, precisa continuar. Então sempre com a saudade eterna, que vai ficar, mas sempre pensando naquilo que Deus tem me colocado para fazer.
Alan Ruschel fala no intervalo sobre os quatro anos da tragédia da Chapecoense
As homenagens se seguiram durante a partida e, aos 26 minutos do segundo tempo (71 minutos no tempo total, em alusão ao número de vítimas), o sistema de som do Brinco de Ouro fez uma homenagem programada pelo Guarani.
“Há quatro anos a Chapecoense sangrava, vítima de um dos maiores acidentes da história do futebol mundial. Eram 21:58 minutos do dia 28 de novembro de 2016, pelo horário local de Medellin, na Colômbia (00:58 do dia 29 no horário de Brasília), e hoje, com muita bravura e de maneira honrosa, o clube mostra toda sua grandeza.
No minuto 71 desta partida, em homenagem às 71 vítimas daquela fatídica tragédia, o Guarani Futebol Clube demonstra todo seu respeito pela Associação Chapecoense de Futebol e as famílias que, naquele 28 de novembro, perderam seu alicerce. O Índio Guarani estende seu braço ao Índio Condá.”
Alan Ruschel disputa bola durante Guarani x Chapecoense — Foto: Thomaz Marostegan/Guarani FC
Em campo, o Guarani levou a melhor e bateu a Chapecoense por 2 a 0. Apesar do resultado, a equipe catarinense segue na liderança isolada da Série B. (Globo Esporte)