O deputado federal Neri Geller (PP-MT), que integra o grupo de trabalho agro (GTAgro) do Governo de Transição, manifestou preocupação com o orçamento destinado à defesa agropecuária e a programas agrícolas como armazenagem, custeio, e de baixo carbono, durante entrevista ao vivo, na manhã desta quinta-feira (01/12), no programa Live da CNN Brasil, em Brasília.
O Levantamento feito pelo GTAgro apontou necessária atenção da nova administração federal para a restrição de crédito que atinge ações fundamentais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
O GT Agro entregou relatórios preliminares à coordenação da equipe de transição e ainda nesta quinta deverá concluir o último documento com diagnóstico e propostas para a pasta. Nos documentos constam dados importantes que deverão estar no radar de prioridades do próximo ministro da Agricultura.
“A principal demanda é com relação a crédito, realmente, está bastante restrito por falta de recursos para equalizar programas importantes como de armazenagem, do próprio custeio e para o programa ABC da agricultura de baixo carbono. Discutimos também com o setor a falta de recursos para a defesa sanitária, que implica questões sensíveis de exportações e de consumo humano”, ponderou o parlamentar.
O parlamentar comentou ainda focos de resistência ao novo governo de Lula-Alckmin de lideranças do agronegócio. Neri afirmou que importantes entidades do setor de soja, milho, arroz, pecuária, suinocultura entre outros segmentos rurais participaram ativamente nas reuniões do grupo de trabalho apresentando suas demandas e apontando direcionamentos a serem avaliados e aos poucos o ranço ideológico que resta perderá espaço nas discussões pragmáticas.
Meio Ambiente
Neri Geller também destacou, durante a entrevista, que a pauta ambiental está na mesa e que a preservação é de interesse para 98% produtores rurais. E defendeu projetos de interesse do setor rural, que são alinhados às pautas ambientais. E informou que tem mantido conversas com a deputada federa eleita Marina Silva sobre esses projetos.
“Precisamos modernizar, por exemplo, a legislação dos defensivos agrícola, que faz a regulamentação, inclusive, dos biológicos, que é a agricultura moderna e usa menos defensivos, agroquímicos e que vai na linha de fazer a agricultura orgânica também em escala”, apontou o parlamentar.
Neri assegura que a intenção é caminhar alinhado ao meio ambiente. “Não tem mais espaço, para quem comente crime ambiental é cadeia. Temos uma legislação mais exigente do mundo, e o produtor consciente sabe que precisa fazer a preservação. Infelizmente, ainda tem 2% que pensam trabalhar fora da lei, mas 98% dos produtores têm consciência que precisamos fazer agricultura sustentável, inclusive, para trazer rentabilidade ao negócio. E está na pauta também a remuneração desse passivo”, frisou Neri Geller.