A Polícia Judiciária Civil, por meio da Equipe Especial, designada exclusivamente para conclusão dos inquéritos sobre suposto esquema de interceptações telefônicas ilegais em Mato Grosso, ouviu em interrogatório  a mulher do cabo Gérson Correa Júnior, da Polícia Militar,   para esclarecimentos sobre questões apuradas nas investigações do episódio conhecido como Grampolândia Pantaneira.

O policial é réu no processo judicial que apura o suposto esquema de escutas clandestinas e considerado uma das principais testemunhas do caso, confessando a participação em crimes e revelando envolvidos.

Cabo Gérson Corrêa Júnior é réu e testemunha-chave, na Grampolândia Pantaneira

A coordenadora da investigação da Grampolândia Pantaneira, delegada Ana Cristina Feldner, informou que E.M.O., mulher de Gerson, aparece em algumas situações, como a assinatura como fiadora no contrato de locação da sala usada para fazer as escutas ilegais, além da conta de internet usada no escritório clandestino estar em seu nome.

As investigações também apontaram que ela teria levado um aparelho celular ao cabo, quando ele estava preso na Rotam. E estaria envolvida com a origem de um valor de R$ 35 mil, emprestado pelo cabo a um amigo.

Conforme a delegada, todas as informações serão analisadas, inclusive se a mulher tinha conhecimento e envolvimento com a organização criminosa investigada. Durante o depoimento, ela alegou que acredita na inocência do marido.

Entenda o caso 

A Polícia Judiciária Civil investiga um  provável esquema de escutas telefônicas clandestinas praticado no Estado, entre os anos de 2014 e 2016, supostamente a mando do ex-secretário Paulo Zamar Taques, primo do então governador Pedro Taques (PSDB).

Conforme as investigações, empresários, políticos, magistrados, policiais e jornalistas teriam tido os aparelhos celulares interceptados por membros da Polícia Militar de Mato Grosso.