Seis dias depois de ser retomado, o Campeonato Catarinense foi suspenso por pelo menos duas semanas pelo Governo de Santa Catarina em razão do avanço da pandemia de coronavírus entre os clubes por conta do não cumprimento do protocolo médico.

s casos de Covid-19 diagnosticados em jogadores e membros da comissão técnica dos clubes nos últimos dias pesaram para a suspensão, que foi anunciada na tarde desta segunda-feira após reunião através de vídeoconferência com os clubes e a Federação Catarinense de Futebol (FCF). O secretário adjunto da Saúde, Aldo Baptista Neto, representou o governo.

Na terça-feira terá um novo encontro. Estarão presentes médicos dos clubes e da Secretaria da Saúde. Será debatido a elaboração de um novo protocolo médico para viabilizar a retomada. Também vai ser discutido a permissão dos treinos presenciais neste período sem jogos.

– Foi criada uma comissão de médicos dos clubes para avaliar a adoção de protocolo mais rígido, com o objetivo de garantir a segurança a funcionários e atletas dos clubes – diz um dos trechos do comunicado do Governo de Santa Catarina.

A suspensão do estadual começou a ser desenhada no último sábado, quando a Superintendência de Vigilância em Saúde notificou Avaí, Chapecoense e FCF por causa dos casos confirmados de coronavírus no clube alviverde um dia antes.

XXIX – Afastar todos os atletas e trabalhadores confirmados para COVID-19, bem como as pessoas que tiveram contato com estes.

O Verdão do Oeste não informou o número de contaminados, mas, segundo o Governo, são 14 positivados no elenco e comissão técnica. No mesmo dia em que fez a notificação, determinou o cancelamento do jogo.

O único caso divulgado pela Chapecoense é do atacante Roberto. Com dificuldade para respirar e tosse, o atleta procurou atendimento em um hospital de Chapecó e está internado. O quadro é estável.

Marcílio Dias e Figueirense também não seguiram o decreto e colocaram em isolamento apenas o técnico Moisés Egert e o volante Patrick, respectivamente, diagnosticados com coronavírus. Os demais profissionais seguiram os treinamentos, em desacordo com o protocolo governamental, e participaram dos jogos de ida das quartas de final.

Horas após o cancelamento de Avaí x Chapecoense, a Federação anunciou a suspensão dos outros duelos da rodada: Marcílio Dias x Criciúma, Figueirense x Juventus e Brusque x Joinville. Em comunicado, a entidade afirmou que “remarcaria, oportunamente, as datas dos jogos de volta das quartas de final, da segunda fase, bem como da terceira fase (semifinais) e da quarta fase (finais)”.

Moisés Egert tem coronavírus e está em isolamento — Foto: Bruno Golembiewski/CNMD

Moisés Egert tem coronavírus e está em isolamento — Foto: Bruno Golembiewski/CNMD

Além dos casos nos clubes, integrantes do quadro de arbitragem da Federação Catarinense de Futebol também foram afastados após testarem positivo: Charly Deretti, Eli Alves e Ramon Abatti Abel.

A competição em Santa Catarina foi retomada na última quarta-feira, 8 de julho, quase quatro meses depois da paralisação em razão da pandemia. No período sem jogos, os atletas receberam férias, realizaram testes de Covid-19 antes da reapresentação e voltaram aos treinamentos com restrições.

Brusque, Chapecoense e Figueirense venceram Joinville, Avaí e Juventus nas partidas que marcaram a volta do torneio, respectivamente. Criciúma e Marcílio empataram sem gols no outro confronto.

Veja abaixo a nota do Governo de SC

Uma reunião entre Secretaria de Estado da Saúde (SES) e a Federação Catarinense de Futebol, nesta segunda-feira, 13, definiu que o Campeonato Catarinense continua suspenso pelos próximos 14 dias. Foi criada uma comissão de médicos dos clubes para avaliar a adoção de protocolo mais rígido, com o objetivo de garantir a segurança a funcionários e atletas dos clubes.

A comissão, que conta com a participação de infectologistas da SES, começa a atividade nesta terça-feira. “É uma doença nova, com suas nuances e riscos diante de contato. Por isso, estaremos avaliando com esse grupo as medidas adotadas daqui para frente para atender aos clubes, garantido toda segurança aos funcionários e familiares”, disse Raquel Bittencourt, superintendente de Vigilância em Saúde da SES.  (Globo Esporte)