O Ministério de Infraestrutura prevê investimentos de R$ 30 bilhões, para ampliar a malha ferroviária do país, nos próximos anos. Os recursos seriam obtidos através de concessões, que tendem a ser aceleradas pela administração do presidente Jair Bolsonaro.

As projeções preliminares indicam que Mato Grosso deve receber no mínimo um terço do total previsto, ou seja, quase R$ 10 bilhões. E isso se deve principalmente à perspectiva cada vez mais de avanço da produção agropecuária mato-grossense, notamente grãos e carnes, destinada à exportação – que reflete positivamente na balança comercial do Brasil.

A possibilidade de construção de ferrovias, em Mato Grosso, tem sido alvo de cobiça de investidores da China, do Oriente Médio e até da Europa Setentrional.

Granja no municipio de Reserva do Cabaçal, em Mato Grosso

As Informações foram detalhadas pelo ministro Tarcísio Freitas, de Infraestrutura, que participou  do 1º Fórum de Desenvolvimento Sustentável da Costa Verde, realizado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), na cidade de Seropédica.

O ministro argumentou que o governo Jair Bolsonaro planeja ainda trabalhar por uma mudança legislativa que permita o regime de autorização. Trata-se de um modelo em que o investidor tem mais liberdade do que no regime de concessão.
Em síntese, um estudo de 2018, da Fundação Dom Cabral, aponta que a malha rodoviária é utilizada para o escoamento de 75% da produção. As ferrovias respondem por apenas 5,4%.

Agonegócio
Algumas vantagens para o setor Agro, a partir de 2022 haverá interconexão ferroviária efetiva entre os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Maranhão. Portanto, será possível o trânsito de cargas num arco ferroviário de pouco mais de três mil quilômetros ligando os portos de Santos (SP) e de Itaqui (MA). Só para exemplificar as inúmeras vantagens, o custo logístico de exportação tende a cair significativamente para o agronegócio nesses cinco estados.

Por outro lado, no porto de São Luís avança a construção de um terminal de uso misto, voltado para a Ferrovia Norte–Sul/Carajás, liderada por um consórcio do qual participam a maior corporação chinesa de infraestrutura e dois grupos privados.

Em resumo, a China já confirmou interesse no empreendimento ferroviário para ligar Tocantins à Bahia (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e na conexão sobre trilhos entre Mato Grosso e Pará através da Ferrogrão. Nos dois casos, as licenças para construção serão leiloadas este ano.