É difícil medir o comportamento humano, ainda mais emitir uma opinião isentasobre o que leva gestores públicos a tomar decisões inconsequentes, retrógradas, contra a sociedade e o bom senso.

Após dois anos de trabalho contínuo do Movimento Pró VLT dandoexplicações técnicas sobre a importância da conclusão dessa obra, começando pela Câmara Municipal de Várzea Grande, passando pelo Instituto de Engenharia, Fecomércio, CDL, Maçonaria, Rotary Club, artigos publicados em jornais, entrevistas e debates em sites, blogs, rádios, tvs, lives, reuniões com o Instituto de Engenharia de Mato Grosso e São Paulo, audiências em Brasília com Secretários da SIMOB e com o próprio Ministro do Desenvolvimento Regional, audiência pública na Assembleia Legislativa, o que mais me chamou a atenção foi o fato do governador de Mato Grosso se recusar em participar de todas esses acontecimentos amplamente divulgados pela imprensa.

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Outro fato que nos causou espanto foi a censura que ele impôs de audiências solicitadasao governador no palácio, pelo Movimento Pró VLT, entidades de Cuiabá e setores ferroviários de Brasília e São Paulo. Sem deixar de mencionar, também, a censura dos meus artigos (como este) em alguns sites da capital.

Como vimos, o governador não se comporta como um democrata, um verdadeiro líder. A sua postura é de um chefe antigo, autoritário, medíocre. Um déspota!

Mas por que o governador não quis debater o VLT?Por que a sua dificuldade em entender as planilhas de custo? A resposta incontinenti nos leva a acreditar que o governador tem o diploma de curso superior, mas é um analfabeto funcional. O indicador Nacional de Analfabetismo Funcional (INAF) mostrou que cerca de 30% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais.

Senão vejamos:o governador mostrou dificuldades para entender o assunto. Não teve a capacidade de estudar. Preferiu tomar uma decisão precipitada e absurda de trocar o modal para o BRT poluente,baseada em argumentos falsos de um transporte ultrapassado que é o BRT. Isso representa o maior retrocesso da história de Mato Grosso.

O governador não estudouos projetos básicos, executivos e as obras realizadas para a tomada de decisão. O governador não estudou, por exemplo, a distribuição dos investimentos com o dinheiro do VLT, como por exemplo: execução das obras (R$ 606,70 milhões igual a 41,06%); fornecimento de material rodante (R$ 497,99 milhões igual a 33,07%); fornecimento e instalação de sistemas tecnológicos (R$ 255,51milhões igual a 17,29%); mobilização de mão de obra e equipamentos (R$ 74,98 milhões igual a 5,07%); projeto básico, executivo e as built (R$ 31,00 milhões igual a 2,09%); estudo de impacto ambiental (R$ 11, 41 milhões igual a 0,77%).

O governador desconhece que existe uma área de 133 mil quadrados doada pela União (por meio da Infraero) ao lado do aeroporto, onde está instalado o Centro de Controle e Operação (CCO), contendo: 40 trens, 280 vagões, 40 km de cabos de energia, 22 km de trilhos, computadores, sistema semafórico, aparelhos de mudança de via (AMV), todo o posteamento com catenárias etc.

O governador ignorou a proposta dos engenheiros de Mato Grosso e São Paulopara a conclusão do VLT, por uma Parceria Público Privada (PPP), onde o Estado não precisa mais gastar dinheiro novo para terminar a obra. Pois, o que tem na conta do VLT (R$ 193 milhões) é suficiente para terminar a primeira etapa: Aeroporto – Porto – Centro. O restante será pela iniciativa privada.Muito diferente do que o governador tem anunciado na imprensa.

A decisão do governador mostra que há interesses econômicos obscuros por trás. Se esses interesses ultrapassam os limites da legalidade, ainda não há condições de saber. Mas, desde logo, o que se pode saber é que é uma decisão errada, que trará ônus ao povo de Mato Grosso por muito tempo. Além de termos que pagar o empréstimo da Caixa Econômica, mesmo o VLT não funcionando, teremos de pagar multas contratuais e cada cidadão terá que pagar uma tarifa cara e com sua saúde debilitada por um transporte ultrapassado e poluente.

Como o governador se recusa a debater alternativas, o povo de Mato Grosso está sem meios de reagir, caso as instituições fiscalizadoras, Ministério Público e legislativo, não tomarem logo alguma medida que conclame o governador à razão.

*VICENTE VUOLO  é economista, cientista político e coordenador do Movimento Pró VLT Cuiabá-Várzea Grande.

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