Faz quase três décadas que, em Cáceres, estávamos reunidos no Bar do Batica discutindo Cultura e Política. Foi quando um acadêmico muito falante,recém-chegado de Cuba, fazia apologia à Ditadura de Fidel e à canção “Minha História” “de” Chico Buarque. A conversa fluiu para conceitos básicos como: Socialismo Utópico; Socialismo Científico; Socialismo Real; Socialdemocracia; Comunismo; Anarquismo etc.Via nos olhos daqueles jovens um fascínio ao ouvirem as palavras do “cubano”. Resolvi intervir dizendo que a prática sem a práxisera inócua.Pouco adianta cortar cana em Cuba, se não se compreende, ainda que minimamente, o conceito marxista de “mais-valia”.Ainda hoje, penso da mesma maneira e, cansado de estultices, resolvi “apresentar” aos incautos alguns conceitos necessários à boa retórica.

Socialismo Utópico:é uma corrente de pensamento que esteve baseada em ummodelo idealizador, utópico. Foi desenvolvido no século XIX por Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier, sendo considerado a primeira fase do pensamento socialista.

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Socialismo Científico: corrente que foi criada por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). Essa doutrina, oposta ao socialismo utópico, tinha como principal característica a análise crítica e científica do capitalismo.

Socialismo Real:sistema econômico e político que foi implantado na URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e consolidado no governo de Josef Stalin (1924 a 1953). É chamado de socialismo real porque difere do Socialismo Científico, principalmente pela concentração de poder  e pela idolatria ao líder (ditador) e a planificação da economia.Foi implantado em vários países pós 2ª Guerra Mundial.

Socialdemocracia: surgiu de cisão do socialismo alemão no século XIX. Em oposição à revolução comunista de Karl Marx, criou‐se uma dissidência que pregava a promoção pacífica do Socialismo no processo democrático‐parlamentar. Seria a “transição” entre o Liberalismo e o Socialismo.

Comunismo:doutrina social cujo objetivo é restabelecer o que se chama “estado natural”, em que todas as pessoas teriam os mesmos direitos, mediante à abolição da propriedade privada, eliminação do dinheiro e o fim das classes sociais. Nos séculos XIX e XX o termo foi usado para qualificar um movimento político. Defende mudanças políticas, econômicas e sociais necessárias à superação da sociedade capitalista por uma sociedade sem classes.

Anarquismo: sistema político que defende o fim do Estado e da sua autoridade. O anarquismo pretende a extinção das estruturas de hierarquia presentes na sociedade atual. O termo anarquismo tem origem na palavra grega anarkhia, que significa “ausência de governo”. Representa uma sociedade centrada no bem coletivo como resultado da livre associação entre as pessoas.

Escrevo este opúsculo após a diplomação de Lula ede Alckmin, eleitos democraticamente: O Estado Democrático de Direito prevaleceu; apesar do inconformismo da ultradireita brasileira. Mas voltando ao debate, ocorrido da década de 90, no Bar do meu amigo Batica, ao ver aqueles adolescentes sonhando com uma revolução armada, aos moldes da cubana; interpelei o “comunista cubano”: – O que é “mais-valia”? Ficou claro que ele jamais tinha aberto “O Capital” (Karl Marx). Começou a enrolar, a gaguejar, a titubear e eu não tive complacência: – Além do mais, “Minha História” não de Chico! É uma versão de “Gesù Bambino” de Lucio Dalla e de Paolla Pallotino. Pronto…: “Estava solta a cachorra/ que mete o dente e não late/No meio daquela zorra,/ perdendo no desempate/Girando feito piorra,/ até que a mágoa escorra/Até que a raiva desate/São as trapaças da sorte, são as graças da paixão/ Pra se combinar comigo tem que ter opinião/ (…) [Chico Buarque e Milton Nascimento]. Assim, infelizmente, o empirismo, o fanatismo, o radicalismo e a ignorância têm pautado atos e debates na contemporaneidade. Resta-nos apenas as palavras de Jean-Paul Sartre: “O inferno são os outros”.

 

*SÉRGIO EDUARDO CINTRA é professor de Linguagens e de Redação em Cuiabá. Foi Diretor Executivo da Funec. 

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