O protesto realizado por motoristas de aplicativos em frente à empresa GNC Brasil, em Cuiabá, já causa prejuízos para a própria categoria. Com o fechamento dos portões da empresa na manhã desta quarta-feira (10), o posto de combustível que fornece gás natural veicular (GNV) em Várzea Grande está ficando sem estoque. A situação também se aplica a outros postos de combustíveis que trabalham com o GNV na capital.
Em vídeo encaminhado à redação do Estadão MT, o proprietário do posto alerta que a situação pode ficar ainda pior se o protesto se estender além do período da tarde.
O desabastecimento no posto ocorre porque o gás natural não é canalizado em Mato Grosso. O produto é comprimido em contêineres, que são levados para os postos de combustíveis em caminhões da GNC Brasil. Como os portões foram fechados, o carregamento do dia não deixou a distribuidora de gás.
“A gente tá ficando sem pressão do gás e sem carga devido ao protesto que está acontecendo lá na GNC, e eu não tenho como, sem pressão e sem carga, atender o pessoal. Então, a gente deve atender a alguns carros que estão aqui e a gente vai paralisar o abastecimento”, disse o dono do posto Santos Dumont, em VG.
O empresário relatou que a situação pode agravar se o fechamento dos portões da GNC se estender até o final da tarde. Segundo ele, a GNC teria que desligar os compressores de gás e outros equipamentos, que demandam tempo para serem reativados.
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“Para reativar isso demora alguns dias, então pode ter o desabastecimento de gás, não por falta de gás, mas por causa do protesto que está havendo lá. […] Eu peço a vocês essa compreensão. A gente sabe da demanda, mas acho que o caminho não seria apropriado nesse momento”, relata.
Ao ouvir o relato do empresário, motoristas que aguardavam na fila para abastecimento pedem que o protesto seja suspenso e dizem que não se sentem representados pelos manifestantes que fecharam os portões da GNC Brasil.
“Ninguém tá representando todos os motoristas aí não. O pessoal que tá aqui no posto, tá sendo representado por vocês aí não”, diz um motorista revoltado.