Temendo perder mais de R$ 7 bilhões de arrecadação anualmente com a Reforma Tributária em debate em Brasília, o secretário de Estado de Fazenda (Sefaz-MT), Rogério Gallo, relembrou nesta sexta-feira (16) a lentidão para receber os repasses oriundos da Lei Kandir e frisou que o Estado não aceitará um extermínio da competitividade na atração de indústrias com a proposta.
“Vocês bem se lembram como era a Lei Kandir, onde nós não recebíamos e tínhamos que ficar com o pires na mão, passando anos sem receber. E só teve um solução definitiva 26 anos depois, que foi há dois anos, que a gente agora tem uma previsibilidade de arrecadação. Nós não podemos concordar com o extermínio da competividade de Mato Grosso na atração de investimentos para a indústria”, iniciou o secretário.
Conforme a costura atual que vem sendo feito na Câmara Federal, haverá a “simplificação” de impostos por meio de uma junção. Desta forma, a tributação incidirá sobre o consumo de bens e serviços, medida que afeta diretamente Mato Grosso, estado produtor. Outro problema é a extinção de benefícios e incentivos fiscais, provocando maior desigualdade entre as regiões do país.
Para Gallo, a situação é extremamente inaceitável, pois o Estado, hoje, tem certo controle das contas e caso o texto seja aprovado, Mato Grosso se tornará um dependente de repasses. “É inadmissível, nós não vamos aceitar trocar o modelo que a gente tem hoje por um Fundo de Desenvolvimento Regional, que a gente vai ficar dependente de repasse para fazer os incentivos”, afirmou.
“Hoje [Mato Grosso] é um Estado que investe R$ 5 bilhões por ano. Nós vamos investir R$ 20 bilhões em quatro anos e não podemos interromper com esse ciclo de investimento em um Estado que tem muita infraestrutura por fazer e que contribui com a balança comercial”, completou.
Botelho quer empenho de bancada de MT
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (União Brasil), destacou que por se tratar de uma lei federal, o Parlamento não pode atuar de maneira direta para ajudar o Estado, mas alegou que deve haver ações para mobilizar a bancada federal contra a proposta, que na visão dele, prejudica a economia mato-grossense.
“É uma lei federal, mas a Assembleia pode fazer debates, discussões e convencer nossos deputados federais e senadores que eles têm que se posicionar contra essa reforma de taxação exclusiva no consumo. São Paulo nunca quis isso, porque sempre foi um Estado que fornecia para o país inteiro. Agora que mudou as coisas, passou a ser mais consumidor, eles querem mudar isso para taxar o consumo”, criticou.
Fonte: RD News