Investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) apontam que o grupo de extermínio, formado por policiais militares, executou um empresário em Várzea Grande a mando de um presidiário. As informações constam nos pedidos de prisão da “Operação Coverage”, deflagrada no último dia 21 de agosto.
O grupo de extermínio foi desmantelado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com o Ministério Público do Estado (MPE).
O empresário, Eduardo Ricardo Becker, 35 anos, foi executado com pelo menos 10 tiros quando chegava em sua residência. De acordo com a Polícia Civil, a morte foi encomendada por um presidiário que tinha ciúmes da ex-esposa com a qual a vítima estaria tendo um caso. O nome do detento não foi informado pela DHPP.
Essa organização foi desmantelada nos anos de 2015 e 2016 pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na época, o grupo ficou conhecido como “Liga da Justiça”, pois executavam pessoas que tinham passagens criminais.
No entanto, diante da morte de Eduardo, os policiais reforçaram a tese de que os militares matavam pessoas também sob encomenda.
Segundo as investigações, o grupo de militares atuava de forma estruturada e sistemática nas execuções de seus alvos, mediante uso de um forte arsenal de armas tipo pistola calibre 9mm, calibre 380, calibre 45, além de escopetas de calibre 12 mm.
“O grupo lançava mão de táticas de inteligência, uso de veículos alternados, inclusive com o emprego de placas frias, uso de balas clavas e roupas camufladas, e execuções brutais, com, ao menos dois executores diretos, e vários disparos de arma de fogo”, diz parte do documento .
Esse grupo de extermínio, de acordo com o Gaeco, começou na cidade de Várzea Grande, onde foi identificada a atuação de uma organização criminosa com participação de policiais militares da ativa, sendo alguns do 25º Batalhão localizado, no bairro Cristo Rei, na Cidade Industrial.
As operações
Ainda segundo o Gaeco, os tenentes coronéis, Marcos Eduardo Ticianel Paccola, Sada Ribeiro Parreira e os tenentes Cleber de Souza Ferreira e Thiago Satiro Albino estão inseridos na organização criminosa. Esse grupo de oficiais foi alvo da Operação Coverage, deflagrada neste mês.
De todos eles, apenas Paccola não teve o mandado de prisão cumpridos, pois conseguiu junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), um salvo-conduto que o impediu de ser preso.
Já o tenente Thiago foi beneficiado com um habeas corpus na última sexta-feira (23) e deixou a unidade que estava preso. A decisão é do desembargador Pedro Sakamoto. A informação foi confirmada pelo advogado do militar, Ricardo Monteiro.
A “Operação Mercenários”, foi deflagrada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nos anos de 2016 e 2017, para investigar um grupo de extermínio que matava sob encomenda. Na época, os trabalhos da investigação foram comandados pela delegada Anaide Barros.
O grupo era formado por policiais militares e outros civis. A estimativa dos investigadores é que, pelo menos, 15 pessoas tenham sido vítimas da organização em Cuiabá e Várzea Grande.
(Com informações do HiperNotícias)