Tecnologia, provável influência, técnicas de arte-final em diferentes papéis e muita ousadia  estão entre os principais ingredientes utilizados pela quadrilha que fraudou mais de R$ 330 milhões de arrecadação do Tesouro do Estado. O grupo investigado na Operação Fake Paper, desencadeada pela Delegacia Fezendária (Defaz) de Polícia Civil, aponta o advogado Anílton Gomes Rodrigues, preso nesta quarta-feira (9), como um dos líderes.

Os detalhes foram revelados durante entrevista coletiva do secretário de Estado de Fazenda, Procurador Rogério Gallo, com os delegados Sylvio do Vale Ferreira Junior e Anderson Cruz Veiga, da Defaz, responsáveis pelas investigações.

“Um produtor rural nos procurou. E, na sequencia, houve um trabalho de inteligência da Polícia Judiciária Civil, com a Sefaz, que confirmou as fraudes”, observou Rogério Gallo, durante a coletiva, na sala de reunião do Edifício Octávio de Oliveira – sede da Sefaz.

A Delegacia Fazendária realizou busca e apreensão tendo Anilton como alvo. O mandado determinou apreensão de documentos em geral (agendas, cadernos, anotações, extratos, recibos, notas fiscais, computadores, aparelhos celulares e mídias eletrônicas), em três endereços do advogado, por ordem do juiz Jorge Tadeus, da 7ª Vara Criminal.

Os presos foram em decorrência desta operação, Anilton Gomes Rodrigues, Paulo Cézar Dias de Oliveira, Bruno da Silva Guimarães, Welton Borges Gonçalves, Marcelo Weber Gromann, Edno Rocha Machado de Menezes, Julci Birck, Jean Carlos Matos de Souza e André Alex Arrias de Souza.
Rogério Gallo revelou que a expectativa é levantar evidências que apontem a identidade de mais pessoas envolvidas e mais detalhes sobre o modus operandi da organização criminosa.

O delegado Sylvio do Vale Ferreira Junior, da (Defaz), revelou que outras fase da Operação Fake Paper devem ser desencadeadas,  futuramente, por se tratar de  crimes contra a administração pública.

A ação policial apura uma organização criminosa que através de falsificação de documento público, falsificação de selo ou sinal público e uso de documento falso promoveu a abertura de empresas de fachada, visando disponibilizar notas fiscais frias para utilização de produtores rurais e empresas nos crimes de sonegação fiscal. Além disso, o esquema possibilitou a prática de crimes não tributários, como a fraude a licitação, ou mesmo ‘esquentar’ mercadorias furtadas ou roubadas.

Rogério Gallo enfatizou que as prefeituras também têm interesse, pois são donas de 25% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O  Fundo de Participação dos Municípios sofre “efeitos devastadores”, segundo o titular da Sefaz.

A Secretaria de Fazenda de Mato Grosso constatou que, juntas, as empresas Rio Rancho Produtos do Agronegócio Ltda. e Mato Grosso Comércio e Serviços e a B. da S.. Guimarães Eireli emitiram R$ 337.337.930,11 milhões em notas frias, gerando um prejuízo alarmante ao Estado.