Por muitos anos, ientistas ficaram intrigados com marcas estranhas no corpo de focas, leões-marinhos, golfinhos e baleias. Descrições compararam as feridas a marcas de queimaduras de charuto, por serem perfeitamente arredondadas e com relevo. Às vezes, eram feridas bastante profundas, em animais tanto da superfície quanto de mais de 3 km de profundidade. Até descobrirem que era tudo culpa desse tubarão extremamente bizarro
As feridas são exatamente assim: como queimaduras já cicatrizadas, e levemente profundas
O responsável é o tubarão-charuto — Isistius brasiliensis, conhecido como “tubarão cortador de biscoitos” em países de língua inglesa. Ele chega a meros 50 cm de comprimento e possui essa boca perfeitamente adaptada para se fixar no corpo da vítima, raspar a carne dela e deixar marcas de cerca de 5 cm de diâmetro por 7 cm de profundidade.
“Praticamente todos os tipos de animais oceânicos de médio a grande porte que compartilham o habitat do tubarão-charuto estão abertos ao ataque”, descreve a página da espécie na Wikipédia
Uma das vítimas preferidas é o golfinho-rotador. Em regiões como o Havaí, pesquisas mostraram que “praticamente todos” os exemplares da espécie possuem ao menos uma das marcas deixadas pelo tubarão
No Brasil, pesquisadores do Projeto Golfinho Rotador (PGR) já identificaram ao menos 1.500 cicatrizes do tipo na região de Fernando de Noronha.
Geralmente animais mais velhos (e lentos) ou doentes são as presas escolhidas do charuto
Estudos mostraram também que para a maioria dos animais de médio e grande porte essas feridas não representam uma ameaça séria, embora possam infeccionar ou ser porta de entrada para fungos
Os ataques do tubarão-charuto funcionam de forma similar ao parasitismo da lampreia: ele se fixa numa superfície carnosa e “veda” a mordida com os lábios, também especializados nessa função.
Aí ele morde e arranca nacos de carne e gordura, circulando para maximizar a quantidade de carne arrancada. O tubarão também usa movimentos de mandíbula descritos como “similares a facas elétricas”
O tubarão-charuto também come presas menores, como lulas do tamanho dele, e usa o poder de sucção da boca para praticamente engolir as vítimas.
Os ataques do tubarão-charuto funcionam de forma similar ao parasitismo da lampreia: ele se fixa numa superfície carnosa e “veda” a mordida com os lábios, também especializados nessa função