Boa parte do verde exuberante que cobria a lendária Serra Tapirapuã foi consumida pelo fogo. Densas nuvens de fumaça foram vistas a distância. Impressionantes imagens aéreas, capturadas pelo drone da secretaria de Meio Ambiente de Tangará da Serra, evidenciam a dimensão do dano ambiental causado pela ação do fogo. O impacto sobre as faunas alada e terrestre dificilmente será mensurado.
Visto de perto, o cenário é ainda mais chocante. Fotos produzidas por quem esteve na linha de frente de combate ao fogo mostram uma paisagem desalentadora. As labaredas varreram a vegetação rasteira, transformaram arvores e arbustos em cinzas ou em galhos contorcidos. O fogo é sempre impiedoso, implacável e destruidor. É vida também.
“Será que os filetes de água que brotam das entranhas da Serra Tapirapuã não seriam lagrimas da natureza?” Talvez o brigadista anônimo tenha razão. Um exército de voluntários se juntou aos bombeiros e as forças mobilizadas pelas prefeitura de Tangará da Serra, Nova Olímpia e Barra do Bugres na formação de um batalhão de combate a propagação do fogo tanto na serra quanto nas propriedades atingidas pelas chamas. Os esforços valeram a pena.
A empresa Aero Agrícola Rondon mostrou compromisso social com a natureza e para com a cidadania coletiva. Duas aeronaves foram usadas para ajudar no combate ao fogo.
“Hoje foi dia de colaborar com meio ambiente, disponibilizamos voluntariamente duas de nossas aeronaves em parceira com corpo de bombeiros para ajudar no combate a incêndio ajudando a proteger florestas, animais silvestres, matas nativas, áreas de preservação permanentes e nascentes na região de Tangará da Serra e Nova Olímpia”, afirmou a Aero Agrícola Rondon.
O quantitativo de propriedades atingidas pelo fogo e os prejuízos suportados por produtores rurais ainda não foram concluídos pelas autoridades. A partir de casos pontuais é possível antecipar que as perdas não foram pequenas.
Relatos extraoficiais sustentam que produtores da agricultura familiar perderam cerca, animais de criação e plantações. A notícia boa é que não há registro de feridos ou de mortes. Vida é o que basta!
(Publicado originalmente em “A Bronca Popular”)