O Palmeiras é o maior favorito da rodada, com 62% de probabilidades de derrotar em casa o Goiás, maior zebra do fim de semana, com potencial de vitória de 17%. O segundo maior favorito é o Corinthians, que viaja para enfrentar o Avai. A equipe paulista tem potencial de 44% de ficar com os três pontos nesta rodada.

Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 88.629 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.619 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

Com base nessa métrica, Favoritismos passou a apresentar desde a virada do turno as chances estatísticas de as equipes acabarem o Brasileirão em cada posição, representadas na tabela abaixo. Cada linha apresenta o percentual de chances de cada time acabar naquela posição, sendo que na antepenúltima e na penúltima linha estão as chances de se classificarem para a Libertadores diretamente na fase de grupos ou na fase eliminatória. A última linha apresenta as chances de as equipes permanecerem na Série A no ano que vem.

– Com os resultados da rodada passada, as chances de o Palmeiras ser campeão aumentaram de 56,8% para 60,6%, e as do Flamengo subiram mais modestamente, de 5,5% para 7,2%, assim como as do Corinthians subiram ligeiramente, de 3,29% para 4,73%. Já as chances de o Atlético-MG ser campeão caíram de 17,5% para 10,1%, e as do Fluminense, de 10,4% para 8,5% – disse Imaizumi.

 — Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

— Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Botafogo

 

O Botafogo é o sexto pior mandante do Brasileirão (3 V, 1 E, 5 D, 37%), e o Ceará, o sexto melhor visitante (3 V, 4 E, 3 D, 43%). O Ceará é o segundo time com mais gols em contra-ataques (seis) e o quarto que mais finaliza assim (41). O Botafogo já sofreu cinco gols em contragolpes, e só quatro equipes sofreram mais do que isso. O Botafogo sofreu três em casa, e o Ceará fez quatro quando visitante. O Botafogo é o 14º mandante que menos finaliza (13,9) e o quinto com menor eficiência, um gol a cada 13,9 tentativas. O Ceará tem a terceira maior resistência visitante, um gol sofrido a cada 15,7, e é o décimo forasteiro em finalizações sofridas (14,1). No ataque, o Ceará é o quarto visitante que mais finaliza (13,8) e o quarto menos eficiente, um gol sofrido a cada 15,3 conclusões contrárias. O Botafogo é o sétimo mandante em finalizações sofridas (10,4), o sexto em resistência a elas, um gol sofrido a cada 9,4 conclusões contrárias. Botafogo fez e sofreu metade dos últimos dez gols por baixo e metade usando bolas altas, e com o Ceará a emoção é mais rasteira: oito gols marcados e sete sofridos em jogadas rasteiras entre os dez últimos gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Juventude

 

O Juventude é o mandante de pior desempenho (2 V, 3 E, 5 D, 30%), eo América-MG, o quarto pior visitante (2 V, 1 E, 7 D, 23%). O Juventude é o 12ª mandante em finalizações (14), com a segunda menor eficiência, um gol a cada 24 tentativas. O América-MG é o quarto visitante que mais sofre finalizações (17), e o oitavo em resistência, um gol sofrido a cada 13 conclusões contrárias. No ataque, o América-MG é o nono em finalizações (11) e o pior em eficiência, um gol a cada 28 tentativas. Jogo do Juventude tem sempre expectativa de gol a partir de bola aérea porque fez oito e sofreu sete dos últimos dez dessa forma. Tem potencial para marcar nesta rodada porque o América-MG sofreu após bolas altas seis dos últimos dez gols. Marcou em trocas de passes rasteiros seis dos seus últimos dez gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Bragantino

 

Fora a defesa do Atlético-GO, que levou metade dos últimos dez gols por baixo e metade pelo alto, tanto o ataque goiano quando a defesa e o ataque do Bragantino têm influência aérea de seis dos últimos dez gols. Há potencial para gol assim na partida. O Atlético-GO é o terceiro pior mandante (3 V, 2 E, 5 D, 37%), e o Bragantino o nono visitante (2 V, 4 E, 3 D, 37%). O Atlético-GO é o quinto mandante que mais finaliza (16,5), com a quarto com menor eficiência, um gol a cada 16,5 tentativas. O Bragantino é o 13º visitante em finalizações sofridas (15,3), com a nona resistência, um gol sofrido a cada 10,6 tentativas. No ataque, o Bragantino é o quinto visitante que mais finaliza (13,8), com a quinta maior eficiência, um gol a cada 10,3 tentativas. O Atlético-GO é o terceiro mandante que menos sofre finalizações (9,7), com a 13ª resistência, um gol sofrido a cada 10,8 conclusões contrárias.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Corinthians

 

Tem tudo para ser um jogo emocionante porque o Avaí tem a segunda maior eficácia mandante, com um gol a cada 7,9 tentativas, embora seja o quarto que menos finaliza (12,7). O Corinthians é o visitante mais eficaz da competição, um gol a cada 7,5 chances, apesar de ser o forasteiro que menos finaliza (8,3). De qualquer modo, o Avaí tem a defesa mandante menos resistente a finalizações, um gol sofrido a cada 7,6 conclusões contrárias, sendo o décimo em finalizações sofridas (10,7). A linha vermelha do gráfico de xG mostra como tem aumentado o nível de ameaça de seus adversários a cada rodada. Já o Corinthians está com a quarta menor resistência visitante, um gol sofrido a cada 8,6 conclusões contrárias, e a oitava média de finalizações sofridas (13,7). O Corinthians fez seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas e sofreu seis dos últimos dez após passes rasteiros. O Avaí fez e sofreu metade dos últimos dez de cada modo. O Avaí é o 12º mandante (5 V, 2 E, 3 D, 57%), o Corinthians, o terceiro melhor visitante (4 V, 2 E, 4 D, 47%).

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Flamengo

O jogo tem potencial para gol das duas equipes a partir de jogada aérea porque o São Paulo fez assim sete dos últimos dez gols, e o Flamengo sofreu sete dos últimos dez dessa forma, assim como marcou seis dos últimos dez gols usando bolas altas. O São Paulo sofreu metade dos últimos dez gols por cima e metade por baixo. O São Paulo é o décimo mandante (4 V, 4 E, 1 D, 59%), e o Flamengo, o décimo visitante (3 V, 2 E, 5 D, 37%). O São Paulo tem o terceiro ataque mandante mais eficaz, um gol a cada 8,0 tentativas, com a nona média mandante (15,1). O Flamengo é o quinto mandante que menos sofre finalizações (12,4), com a sexta menor resistência, um gol sofrido a cada 9,5 conclusões contrárias. No ataque, o Flamengo é o oitavo mandante em finalizações (11,7) e o nono em eficiência (11,7), um gol por jogo. O São Paulo é o quinto mandante que menos sofre finalizações (9,8), com a terceira menor resistência, um gol sofrido a cada 8,0 conclusões contrárias.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fluminense

 

O Fluminense é o sexto mandante (6 V, 1 E, 3 D, 63%), e o Cuiabá, o 12º visitante (3 V, 0 E, 7 D, 30%). O jogo rasteiro vem predominando nas partidas recentes das duas equipes: ambas fizeram sete dos últimos dez gols em trocas de passes, e o Cuiabá sofreu assim seis dos últimos dez gols. A exceção é a defesa do Fluminense, que sofreu após bolas altas seis dos últimos dez gols. O Fluminense é o sexto mandante em finalizações (16,4), com a oitava eficiência, um gol marcado a cada 9,1 tentativas. O Cuiabá é a nona defesa forasteira em finalizações sofridas (13,8), com a 13ª resistência a elas, um gol sofrido a cada 9,9 conclusões contrárias. No ataque, o Cuiabá tem a décima eficácia forasteira, com um gol a cada 12,4 tentativas, mas a segunda menor média de finalizações (8,7). O Fluminense é a terceira defesa mandante que menos sofre finalizações (9,7), mas a quarta de menor resistência, um gol sofrido a cada 8,8 conclusões contrárias.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

O Palmeiras é o quarto melhor mandante (6 V, 2 E, 2 D, 67%), e o Goiás, o 12º visitante (2 V, 3 E, 5 D, 30%). O Goiás já teve cinco pênaltis marcados contra, e só uma equipe teve mais (o Santos, seis). O Palmeias marcou nove dos últimos dez gols em jogadas rasteiras, e o Goiás sofreu assim seis dos últimos dez gols, com potencial para gol rasteiro do Palmeiras. Já o Goiás tem potencial para fazer gol a partir de jogada aérea, já que marcou assim sete dos últimos dez gols, e o Palmeiras levou após a bola viajar pelo alto seis dos últimos dez gols. O Palmeiras é a quinta equipe com mais pênaltis a favor: quatro, e o mandante que mais finaliza (18,7), com a 11ª eficiência, um gol a cada 9,8 conclusões. O Goiás é o sétimo forasteiro em resistência, um gol sofrido a cada 12,8 tentativas, mas o terceiro que mais sofre finalizações (17,9). No ataque, o Goiás é o décimo visitante em finalizações (11,2), com a 11ª eficiência, um gol a cada 12,4 tentativas. O Palmeiras está com a sétima defesa mandante mais resistente a finalizações, um gol sofrido a cada 15,6 conclusões contrárias, com a 12ª média de finalizações (10,9).

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fortaleza

O Fortaleza é o pior mandante do Brasileirão (1 V, 6 E, 3 D, 30%), e o Internacional, o terceiro pior visitante (3 V, 5 E, 2 D, 47%). Em campo, duas defesas muito competitivas: o Fortaleza é o terceiro mandante mais resistente a finalizações, um gol sofrido a cada 17,7 conclusões contrárias, e a nona média de finalizações sofridas (10,6). O Internacional é o terceiro visitante que menos sofre finalizações (12,1), com a quinta maior resistência a elas, um gol sofrido a cada 13,4 conclusões contrárias. O desequilíbrio está no ataque: o Fortaleza tem a segunda maior média mandante de finalizações (17,0), mas a pior eficiência ofensiva, um gol a cada 42,5 tentativas. O Internacional tem a sétima eficiência visitante, um gol marcado a cada 11 chances, o que também representa a 11ª média de finalizações (11,0), um gol por jogo. Os dois times fizeram metade dos últimos dez gols usando bolas altas e metade em trocas de passes rasteiros. O Fortaleza sofreu seis dos últimos dez em bolas altas, o Internacional, seis em bolas rasteiras.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-MG

Um jogo para gol a partir de jogada aérea: o Atlético-MG fez seis dos últimos dez gols usando bolas altas, assim como o Athletico-PR marcou sete dos últimos dez levantando a bola. O Athletico-PR sofreu seis dos últimos dez a partir do jogo aéreo e 16 dos últimos 20. O Atlético-MG levou metade no jogo aéreo e metade no rasteiro entre os últimos dez gols sofridos. O Atlético-MG é o nono mandante (5 V, 3 E, 2 D, 60%), e o Athletico-PR, o sexto melhor visitante (4 V, 1 E, 5 D, 43%). O Athletico-PR é o time que mais pênaltis teve a favor, nove, e já foram marcados quatro contra o Atlético-MG(só quatro equipes tiveram mais pênaltis contra no Brasileirão). O Atlético-MG é o terceiro mandante que mais finaliza (16,9), com a 14ª eficiência, um gol a cada 12,1 tentativas. O Athletico-PR é o quarto visitante mais resistente a finalizações, um gol sofrido a cada 13,8 conclusões contrárias, com a quarta maior média de finalizações sofridas (16,5). No ataque, o Athletico-PR é o sétimo forasteiro em finalizações (12,0), com a 13ª eficiência, um gol a cada 13,3 tentativas. O Atlético-MG é o mandante que menos permite finalizações a visitantes (7,9), mas está com a segunda menor resistência caseira a elas, um gol sofrido a cada 7,9 conclusões contrárias.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Coritiba

 

O Coritiba é o quarto melhor mandante (6 V, 2 E, 2 D, 67%), e o Santos, o sexto pior visitante (1 V, 5 E, 3 D, 30%). O Coritiba é o 11º mandante em finalizações (14,3), com a 12ª eficiência, um gol a cada 10,2 tentativas. O Santos é o segundo visitante mais resistente, um gol sofrido a cada 18,9 conclusões contrárias, e tem a 12ª média de finalizações sofridas (14,7). No ataque, o Santos é o quinto visitante que menos finaliza (10,2), com a quarta pior eficiência forasteira, um gol a cada 15,3 tentativas. O Coritiba é o nono mandante mais resistente, sofrendo um gol a cada 13,9 conclusões contrárias, e a quinta mais média de finalizações sofridas (12,5). O Coritiba fez oito dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas e sofreu seis. O Santos levou seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras e marcou metade dos últimos dez gols usando bolas rasteiras e metade, as aéreas.

Metodologia

 

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2022 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 88.629 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.619 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresentará também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Leonardo Martins, Roberto Maleson e Valmir Storti. (GE)