Após a vitória fora da casa na estreia, o Corinthians é o maior favorito da rodada #2 do Brasileirão com 62% de chances de vencer neste sábado o Avaí, na Neo Química Arena, às 19h. Ainda que derrotado em casa na primeira rodada e visitante nesta, o Palmeiras tem 52% de chances de bater o Goiás, também neste sábado, às 16h30. Já o Cuiabá não tem favoritismo diante do Fluminense (veja mais abaixo).

No Maracanã, neste domingo, às 16h, o líder São Paulo enfrenta o Flamengo em um confronto de extremos: sem contar um gol de pênalti, o São Paulo fez todos os seus últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, mas o Flamengo não sofre um gol assim há nove jogos, desde a nona rodada da Taça Guanabara, no empate em 2 a 2 contra o Resende.

Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 83.645 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.429 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

De 2006 para cá, o Goiás vem dominando este confronto quando mandante, mas depois de ler o livro “Cabeça Fria, Coração Quente”, do técnico Abel Ferreira, dá para imaginar a preleção do treinador do Palmeiras: “Tenho boas notícias para vocês: não dá para ser pior do que na estreia, e história não entra em campo, a história se faz aqui e agora.” Ao longo dos anos, o Goiás também tem acreditado contra a equipe paulista que a história se faz aqui, e ela se repete: seis vitórias do Goiás e duas do Palmeiras em nove jogos. Porém, o Palmeiras tem o terceiro melhor ataque (média 2,04) e a quarta melhor defesa (0,65) da temporada disputando jogos mais difíceis, enquanto o Goiás tem o nono ataque (1,68) e a sexta pior defesa (1,00). Jogo para gol a partir de jogada aérea porque sem contar pênaltis e faltas diretas, as duas equipes marcaram assim seis dos últimos dez gols e sofreram a metade.

 

*Devidos aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devidos aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> América-MG

Outro jogo para gol a partir de jogada aérea, principalmente do América-MG, que sem contar pênaltis e faltas diretas marcou assim sete dos últimos dez gols e nada menos que 11 dos últimos 15 (73%). O Juventude sofreu seis dos últimos dez dessa forma. A equipe gaúcha marcou seis dos últimos dez gols usando bolas altas, mas o América-MG só levou três assim de dez, o que teoricamente dificulta os objetivos do Juventude. Em toda a temporada, o América-MG ainda é o pior mandante (3 V, 3 E, 4 D, 40%), com o pior ataque caseiro (0,70), mas na estreia do técnico Vagner Mancini, a equipe conseguiu empatar em 1 a 1 no Mineirão com o Atlético-MG, pela Libertadores, um estimulante resultado. Na temporada, o Juventude é o quinto pior visitante (2 V, 2 E, 3 D).

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Corinthians

Maior favorito da rodada, o Corinthians só sofreu quatro gols em oito partidas como mandante na temporada, sexto melhor desempenho defensivo caseiro (0,50), o que ajuda a equipe paulista a ter o décimo desempenho caseiro no ano entre os 20 times da Série A (5 V, 2 E, 1 D, 71%). E recebe o Avaí, pior visitante da temporada (0 V, 4 E, 3 D, 19%), com o pior ataque forasteiro (0,29) com dois gols marcados em sete partidas fora de casa. Sem contar pênaltis e faltas diretas, as duas equipes marcaram seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras, mas o Avaí sofre mais pelo alto, com seis dos últimos dez gols sofridos nascendo em jogadas aéreas. Não será surpresa se o Corinthians conseguir gol aéreo neste jogo, apesar de não ser sua vocação (nove de 25 gols pelo alto, 36%).

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fluminense

Em campo o mandante e o visitante de melhores desempenhos em jogos sem levar gol: o Cuiabá não sofreu gol em sete de oito jogos em casa, 88%, e o Fluminense não levou gol em sete de dez partidas fora (70%). Na primeira rodada do Brasileirão, o Fluminense fez 23 finalizações (em casa no empate em 0 a 0 com o Santos) e o Cuiabá, nove conclusões (na vitória por 1 a 0, fora, contra o Fortaleza). A expectativa de gols do Fluminense, apesar do empate em 0 a 0, foi de 2,05 gols, enquanto a expectativa de gol do Cuiabá contra o Fortaleza foi de 0,31 e isso tudo é considerado pelo algoritmo que roda sobre os dados do Espião Estatístico. Realmente, será um desafio e tanto para o Fluminense, já que o Cuiabá venceu todos os oito jogos em casa até aqui, sendo sete pelo Mato-Grossense. O Fluminense tem o terceiro melhor desempenho defensivo da elite nacional quando visitante (0,60) e o quarto maior aproveitamento forasteiro de pontos (7 V, 1 E, 2 D, 73%), Sábado, às 21h.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Santos

Outro jogo de estilos conflitantes: sem contar pênaltis e faltas diretas, dos últimos dez gols que o Santos marcou, sete nasceram em jogadas aéreas. Fez assim nada menos que seis dos últimos sete gols. Só que terá pela frente o Coritiba, que só sofreu um gol a partir de bolas altas entre os últimos dez gols que levou e em toda a temporada sofreu pelo alto apenas dois de 13 gols. Domingo, às 11h. O Coritiba só não levou gol em um dos 11 jogos como visitante (9%), pior marca entre os 20 times da Série A. O Santos sofreu gol em todos os seus sete jogos em casa, pior marca mandante. O Coritiba fez seis dos últimos dez gols a partir de jogadas rasteiras, mesma proporção dos sofridos pelo Santos. É jogo para não acabar 0 a 0, e o Coritiba tem 20 gols quando visitante. A média 1,82 gol por partida é a quarta maior forasteira. A média de gols do Santos na temporada em casa é de 1,57 (quinta menor caseira), mas o clube se reforçou e vem de vitória por 3 a 2 sobre o Universidad de Quito, pela Sul-Americana.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Flamengo

Potencial para jogaço: nos últimos quatro jogos pela Série A com este mando, foram duas vitórias do São Paulo, um empate e uma vitória do Flamengo, no último confronto, goleada por 5 a 1 superando a sofrida por 4 a 1 no embate anterior com mando do Flamengo. Nesta temporada, o Flamengo tem o 11º desempenho mandante (6 V, 1 E, 2 D, 70%) entre a elite nacional, com o sétimo ataque (média 2,00) e a sexta pior defesa caseira (0,89). O São Paulo tem o nono desempenho visitante no ano (5 V, 1 E, 3 D, 59%), com o segundo melhor ataque forasteiro (1,89), mas a segunda pior defesa (1,56), um péssimo indicador contra uma equipe como o Flamengo. Em campo, um choque de estilos: sem contar pênaltis e faltas diretas, o São Paulo vinha de oito gols em jogadas rasteiras, mudou radicalmente, e agora vem de dez gols consecutivos a partir de jogadas aéreas. Só que o Flamengo só levou quatro dos últimos dez gols a partir de bolas altas e não sofre gol assim há nove jogos, o que por si só já será uma disputa à parte nesse confronto. Domingo de Páscoa, 16h.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Bragantino

Partida com alta probabilidade de gol do Bragantino a partir de jogada aérea: sem contar pênaltis e faltas diretas, marcou usando bolas altas sete dos últimos dez gols e 14 dos últimos 17 (82%). Para completar a pressão aérea, o Atlético-GO sofreu sete dos últimos dez gols dessa forma. O jogo da equipe goiana é rasteiro, com nove de seus últimos dez gols sendo conquistados dessa forma (e 16 dos 17 ou 94%). Tem sido difícil entrar na defesa do Bragantino por baixo: a equipe paulista sofreu a apenas um dos últimos dez gols com o adversário trocando passes rasteiros (nove em jogadas aéreas). De qualquer modo, o Atlético-GO tem o terceiro maior aproveitamento de pontos quando visitante entre a elite (7 V, 2 E, 1 D, 77%), oito jogos pelo Goiano, mas uma vitória (0 x 1) sobre o Defensa y Justicia-ARG, pela Sul-Americana. O Bragantino é o terceiro melhor mandante e está invicto em casa (7 V, 1 E, 0 D, 92%), sendo sete dessas partidas pelo Paulistão e uma vitória sobre o Nacional-URU (2 a 0), pela Libertadores.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Internacional

 

Um confronto em que o Internacional vem se impondo quando mandante pela Série A, como mostra a arte acima: o Fortaleza ainda não conseguiu vencer. A novidade é a demissão do técnico Alexander Medina, nesta sexta-feira. Sob o comando do uruguaio foram 17 jogos, 6 V, 6 E, 5 D, 47% de aproveitamento na temporada. Cauan de Almeida comandará a equipe contra o Fortaleza. Na temporada, o Inter é o quinto pior mandante (3 V, 3 E, 1 D, 57%) entre a elite nacional; o Fortaleza é o décimo visitante (3 V, 4 E, 1 D, 54%). Mais uma partida de estilos opostos: o jogo do Inter vinha sendo mais rasteiro, com apenas três dos últimos dez gols sendo marcados a partir de jogadas aéreas, mas os adversários do Fortaleza vêm obtendo mais sucesso pelo alto, com sete dos últimos dez (e sete dos últimos nove, 78%) gols sofridos pelo Fortaleza tendo origem em jogadas aéreas. O visitante Fortaleza tem feito metade de seus gols pelo alto e metade por baixo, e o Inter sofreu seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-MG

Atlético-MG não deve contar com o atacante Hulk, que participou diretamente de oito dos últimos 14 gols da equipe (57%). Uma perda e tanto, embora por um ótimo motivo: acompanhar o nascimento da filha, nos Estados Unidos. A equipe mineira sofreu uma metamorfose na temporada: sem contar pênaltis, dos primeiros 17 gols que marcou no ano, 14 nasceram em jogadas aéreas (82%), até a nona rodada do Mineiro. Depois disso, marcou 15 gols, mas só quatro aéreos (27%). Se conseguir furar a defesa paranaense, não será surpresa se o fizer pelo alto, já que dos dez últimos gols sofridos pelo Athletico-PR, sete foram a partir de bolas altas. A equipe paranaense fez seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras, mas é pelo alto que o time mineiro é mais vulnerável, com seis de nove gols sofridos (67%) em jogadas conquistados pelos adversários usando o jogo aéreo. Em toda a temporada, o Athletico-PR é o sexto pior mandante (5 V, 3 E, 2 D, 60%), embora o time paranaense venha de vitória em casa sobre o The Strongest-BOL, pela Libertadores (1 a 0), na estreia do técnico Fábio Carille. O Atlético-MG é o melhor visitante da temporada (6 V, 1 E, 1 D, 79%) com o terceiro melhor ataque (1,88) e a melhor defesa forasteira (0,5). Não levou gol em cinco dos oito jogos fora (63%), segunda melhor marca.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Ceará

O Ceará tem a seu favor a melhor defesa da temporada entre a elite brasileira, com apenas sete gols sofridos em 16 jogos, sendo nove pela Copa do Nordeste. A vitória como visitante sobre o Palmeiras na primeira rodada do Brasileirão, fora de casa, por 3 a 2, consolidou essa força. Não perde há oito jogos, com sete vitórias, incluindo duas pela Sul-Americana contra Independiente-ARG (2 a 1 em casa) e La Guaíra-VEN (2 a 0 fora). Foi eliminado do Cearense e da Copa do Nordeste nos pênaltis. Em casa sofreu três gols em oito jogos no ano. Tem o terceiro melhor desempenho do ano (11 V, 4 E, 1 D, 77%) e recebe o Botafogo, que tem o 14º desempenho no ano (7 V, 2 E, 5 D, 55%) e está montando uma nova equipe. Como é futebol, O Ceará vai precisar de atenção para não ser surpreendido do mesmo modo que surpreendeu o Palmeiras na primeira rodada.

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2022 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 83.645 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.429 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresentará também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Felipe Tavares, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti. (GE)