A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) montou um planejamento para um eventual retorno das atividades durante a pandemia do coronavírus e, através de vídeo-conferência, tem feito reuniões com os clubes sobre o tema. Só nesta semana foram duas, uma na terça-feira e outra na sexta. Porém, nos bastidores, o Fluminense é quem mais vem entrando em embate com a entidade.
O GloboEsporte.com apurou que o Tricolor é favorável a disputar as rodadas que faltam do Campeonato Carioca e não foi contra o protocolo que está sendo montado. Mas a diretoria comunicou a Ferj que só aceitará voltar a jogar se a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde, os governos estadual e federal, a Fifa e a CBF autorizarem o retorno das atividades e isentarem os clubes de responsabilidade por eventuais casos de contaminação pelo coronavírus.
CBF e Conmebol ainda não se pronunciaram sobre quando pretendem retomar seus campeonatos.
Uma fonte nas Laranjeiras afirmou que a Ferj tem feito consultas sobre retomar o Carioca em maio com portões fechados. Procurada, a federação negou que se tenha falado em datas e alegou que está apenas formulando um documento para planejar o retorno das atividades que será apresentado aos órgãos governamentais. O GloboEsporte.com tentou contato com o presidente Mário Bittencourt para uma posição oficial, mas ele não atendeu às ligações.
Rubens Lopes tem feito reuniões com os clubes para planejar volta do futebol — Foto: Divulgação / Ferj
A Ferj fará mais duas reuniões na próxima semana, uma delas com a participação de médicos dos clubes. Presidente da entidade e médico com pós-graduação em doenças infecciosas, Rubens Lopes elaborou um documento que batizou de “Elementos preliminares do planejamento de retorno”. Nele, há diretrizes como reuniões periódicas por vídeo, acompanhamento da rotina dos membros dos departamentos de futebol, com orientações corretivas, e aquisição de 600 testes para diagnosticar se há alguém contaminado.
O Fluminense, porém, quer que a determinação dos testes seja um medida solicitada pelos órgãos do governo. O clube entende que, devido à pandemia ser uma questão de ordem pública, a iniciativa não deve ser de origem privada.
No Fluminense, os jogadores estão de férias desde 1º de abril. O recesso de 20 dias foi uma medida tomada pela maioria dos clubes brasileiros para conseguir se adaptar às mudanças que serão necessárias no calendário em razão da paralisação das atividades, já que não se sabe ainda até quando a temporada irá após ser reiniciada. Os dez dias restantes do período de descanso que os atletas terão direito serão concedidos no fim de dezembro.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, até este sábado o estado do Rio tem 2.607 casos confirmados de coronavírus e 155 óbitos. Há ainda 107 mortes sob investigação.
(Globo Esporte)