Não basta trocar. Tem de saber escolher. Tirando Jorge Jesus, pode-se dizer que o Flamengo está contratando mal seus treinadores, ou não correria o risco de escolher o sexto nome em três anos de mandato de Rodolfo Landim: Abel Braga, Jorge Jesus, Domenec Torrent, Rogéro Ceni e Renato Gaúcho. Nos últimos cinco anos, o rubro-negro teve dez treinadores, com média de 37 partidas cada. Renato participou de seu jogo número 38, na final da Libertadores.
Se o Flamengo decidir demitir será porque não respalda ou porque não escolhe bem. Quando houve a queda de Rogério Ceni, em julho, havia debate sobre qual deveria ser o sucessor. Se Rogério deixou o Ninho do Urubu com clima de tensão com o departamento de análise de desempenho, o novo treinador deveria conviver com toda a estrutura multidisciplinar montada pelo clube. Renato não tinha este perfil, argumentavam os dirigentes da Gávea.
Voto vencido pela decisão do departamento de futebol, conduzido por Marcos Braz e avalizado por Landim, o presidente. Não há decisão no Flamengo que não tenha o aval da presidência.
Cogitou-se Maurício Barbieri, que não chegou a ser convidado e, provavelmente, não deixaria o Bragantino no meio da temporada. Agora pode ser diferente. Se Renato sair, uma hipótese, não uma certeza, o novo treinador terá de ser o líder da estrutura multidisciplinar, não o chefe supremo do departamento de futebol. Barbieri tem este perfil, mas não seria um nome de consenso.
A rigor, só há um nome consensual: Jorge Jesus. Mas ele não sairá do Benfica agora e será difícil pagá-lo com o euro cotado a R$ 6,29. Quando foi contratado, em 1 de junho de 2019, a cotação era R$ 4,39. Também não deixará o Benfica, porque pode se classificar para as oitavas-de-final da Champions League, se vencer o Dinamo de Kiev, dia 8 de dezembro, em Lisboa, e se o Barcelona não ganhar do Bayern, em Munique. A análise é de PVC para o Globo Esporte. Confira:
Entendeu? Ou quer que desenhe?: flamenguistas pedem a volta de Jorge Jesus
Será possível, e caro, buscar um treinador no exterior. Será difícil encontrar alguém com o perfil desejado e, ao mesmo tempo, com o carisma para ser adotado pela torcida, frustrada pela derrota na Libertadores e pelo iminente vice-campeonato brasileiro. Renato Gaúcho não é o melhor técnico do continente — e nem o pior.
Uma alternativa midiática seria trazer Marcelo Gallardo ao Brasil.
Mesmo assim, sabe-se que o melhor técnico do Flamengo é sempre o próximo. (PVC/GE)