O empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do deputado federal Carlos Bezerra, foi transferido para uma cela especial da Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis ( a 215 km de Cuiabá). A transferência foi autorizada pela Justiça, nesta sexta-feira (3).
Ao tomar a decisão, o juiz Geraldo Fidelis, da Vara de Execuções Penais, citou que há rumores de que o empresário estaria sofrendo extorsão na Penitenciária Central do Estado (PCE), na Capital.
A transferência foi realizada ainda nesta sexta-feira (3). Carlos Alberto é assassino confesso da ex-companheira Thays Machado, de 44 anos, e do namorado dela, Wilian Cesar Moreno, de 30.
No pedido de transferência, a defesa de Carlos Alberto alegou falta de segurança na PCE. “Sustenta a defesa que o espaço destinado ao custodiado na PCE é o mesmo daquele destinado a todos os líderes das facções criminosas locais e, considerando o histórico de atuação política ativa da família do increpado em Mato Grosso, estaria vulnerável à investidas dos referidos presos, razão pela qual, sua permanência seria temerária”, diz trecho do pedido.
Na decisão, o juiz criticou o Estado pela desativação do Centro de Custódia da Capital (CCC), que abrigava presos com curso superior como Carlos Alberto. “Agora, com o fechamento abrupto, sem qualquer preparação para destinação desse público, gerou uma tensão incomum, ainda mais porque o núcleo dela está no interior da maior unidade penitenciária de Mato Grosso e, como não é segredo para ninguém, basta uma fagulha para o sistema incendiar, explodindo”, afirmou.
Fidelis revelou que antes mesmo do pedido de transferência ter sido feito pela defesa, já havia chegado ao seu conhecimento a instabilidade gerada pela presença do empresário dentro da PCE. “Rumores chegaram, sim, de extorsão, embora pendentes de investigação, mas, na seara prisional não há tempo para tanto. Mera possibilidade de se violar a dignidade da pessoa humana impõe ao Estado o dever de preservar a integridade física e psicológica da pessoa privada de liberdade”, revelou.
“Portanto, neste instante, não há local adequado para o increpado permanecer preso provisoriamente em Cuiabá, nem mesmo em Várzea Grande, sem que sua integridade física ou psicológica não esteja ameaçada”, decidiu.
O crime ocorreu em frente ao edifício Solar Monet, no Bairro Consil, no dia 18 de janeiro. Thays Machado e seu namorado, Willian Moreno, foram até o edifício, onde mora a mãe dela para deixar um veículo na garagem. Ao sair na portaria para aguardar a chegada de um veículo de transporte por aplicativo, as vítimas foram surpreendidos pelo assassino, que conduzia um Renault Kwid, e passou a fazer os disparos contra o casal, que morreu ainda no local.
Thays foi atingida por três disparos, sendo dois nas costas e um na altura do quadril. Willian foi atingido com três disparos no peito e um no braço. Ele ainda tentou fugir do atirador, mas caiu na calçada, a poucos metros de Thays. O atirador fugiu e se escondeu na chácara da família, onde foi descoberto pela polícia. Ainda no local, confessou o assassinato.