Em função de uma antiga ação judicial do Albirex Niigata, do Japão, a Câmara de Resoluções de Litígio da Fifa puniu o atacante Rony, atualmente no Palmeiras, com quatro meses de suspensão.

Por conta da mesma ação, o Athletico, ex-time de Rony, fica impedido de registrar novos jogadores nas próximas duas janelas de transferências. Ainda cabe recurso no TAS (Corte Arbitral do Esporte) em até 21 dias.

A restrição passa a valer de imediato a partir da notificação da decisão desta segunda-feira e inclui tanto jogos de competições nacionais quanto internacionais.

O jogador também terá de pagar ao Albirex Niigata US$ 1.129,499 (cerca de R$ 6 milhões), acrescidos de 5% de juros a partir de março de 2019 até a data do pagamento, cujo prazo limite é de 30 dias.

O Palmeiras, que contratou Rony no início da temporada 2020, não faz parte do processo. O Verdão, porém, não poderá utilizar o jogador pelo período determinado pela Fifa.

A punição ocorre justamente no momento em que o ataque do Palmeiras deve perder sua principal referência: Dudu, em negociações com o Al Duhail, do Catar. Rony era visto como um substituto em potencial para o ídolo da torcida.

O advogado do Albirex, Breno Tannuri, entende que a punição ao Athletico equivale a um ano por envolver as janelas de julho de 2020 e janeiro de 2021; outros advogados ouvidos pela reportagem, porém, interpretam que essa suspensão vale por dois anos.

– São duas janelas de transferência, o que resulta em um ano. Tem a janela agora de julho e a de janeiro. Não vai poder contratar jogadores nem no Brasil e nem fora. Aqui no Brasil você pode registrar jogador até setembro, mas no mundo inteiro só pode registrar nesses períodos. É um questionamento para a CBF, se o Athletico registrar vamos questionar até porque isso foi avisado – afirmou Tannuri.

Marcos Motta, o advogado do Athletico no caso, ainda não se manifestou.

Entenda o caso

Em 2017, o Albirex Niigata entrou em acordo com o Cruzeiro para contratar Rony por três anos (até o final de 2019). O clube japonês informou, porém, que não poderia exercer a compra em definitivo na ocasião por restrições de regulamento.

Ficou definido, então, que ele seria inicialmente emprestado por um ano e que, depois disso, passaria a valer o vínculo integral. Mas, ao final desse período, o atacante alegou não existir esse pré-acordo para o segundo contrato e retornou ao Brasil em 2018.

O caso foi levado à Fifa, o que todos os clubes interessados em Rony nas últimas janelas sempre souberam. Ele chegou a treinar no Botafogo – que à época tinha Anderson Barros, atual diretor de futebol do Palmeiras –, mas o negócio melou.

Depois de fechar com o Athletico e ser campeão da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana de 2019, Rony foi vendido nesta temporada ao Palmeiras. Até o momento, ele disputou cinco partidas e não fez gols pelo Verdão.  (Globo Esporte)