A CBF pediu, e a Fifa concordou em dar abrangência mundial à decisão que afastou Rogério Caboclo do cargo de presidente da confederação. O dirigente foi afastado por 60 dias em 3 de julho, enquanto a Comissão de Ética apura denúncias de assédio sexual e assédio moral feitas contra ele por uma funcionária da entidade. Ele nega as acusações. O caso foi revelado pelo ge no dia 4 de junho.
Esta é a segunda derrota internacional de Rogério Caboclo no caso. Como o ge publicou no último sábado, o dirigente também foi temporariamente excluído do Conselho da Conmebol e parou de receber o pagamento relativo a esse cargo – no valor de US$ 20 mil (ou R$ 104 mil) mensais. A CBF continua pagando seu salário, de R$ 340 mil.
A investigação interna sobre o caso de Rogério Caboclo já foi concluída e está na câmara de julgamento da Comissão de Ética, que deve chegar a uma conclusão nas próximas semanas. Este parecer então precisa ser apreciado pela Assembleia Geral da CBF, formada por presidentes das 27 federações estaduais de futebol. Só a Assembleia Geral tem poder para destituir um presidente.
O afastamento de Rogério Caboclo jogou a CBF em uma das maiores crises de sua história. Caboclo entrou em guerra contra Marco Polo Del Nero, presidente da CBF entre 2015 e 2018 e seu ex-aliado.
Nesta semana, uma decisão judicial de primeira instância chegou a nomear os presidentes do Flamengo, Rodolfo Landim, e da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, como interventores na confederação. Essa decisão foi derrubada em seguida pelo Tribunal de Justiça do Rio. Hoje a CBF é presidida interinamente pelo vice Antonio Carlos Nunes, o Coronel Nunes.
Íntegra da nota de Rogério Caboclo sobre a decisão da Fifa:
“A resposta da Fifa é clara ao explicar que as sanções impostas pelas confederações ou associações nacionais de futebol automaticamente têm alcance internacional. O caso que diz respeito ao afastamento temporário de Rogério Caboclo, não significa, portanto, nenhuma nova sanção.
A decisão, em nenhum momento, entra no mérito da decisão da Comissão de Ética da CBF. O documento da Fifa, inclusive, afirma a necessidade de respeitar o processo legal e admitir todos os recursos possíveis no âmbito da federação que impõe uma sanção.
A defesa de Rogério Caboclo tem atuado para provar que seu afastamento é nulo, uma vez que é desprovido de qualquer previsão regulamentar, estatutária ou legal”. (Globo Esporte)