O Conselho da Fifa decidiu, nesta quinta-feira, criar algumas exceções que livram os clubes da obrigação de ceder seus jogadores às seleções nacionais nas partidas internacionais que restam em 2020, que incluem as quatro primeiras rodadas das eliminatórias sul-americanas. As novas regras já haviam sido adotadas nas partidas do início de setembro das seleções europeias e vêm acompanhada com o protocolo de segurança sanitária para a volta do futebol nos torneios da entidade.

A decisão foi motivada pela pandemia do novo coronavírus, que impôs limitações de locomoção entre alguns países na Europa. Além disso, alguns locais preveem quarentena obrigatória após as viagens. De acordo com o comunicado da Fifa, a obrigação de liberar jogadores para as seleções não será aplicada nos seguintes casos:

  • Se há um período obrigatório de quarentena ou auto-isolamento de pelo menos cinco dias após a chegada na localização do clube que tem a obrigação de liberar o jogador para uma seleção ou o local onde uma partida de seleção está agendada para acontecer;
  • Se há uma restrição de viagem de ou para qualquer local envolvido na situação anterior; e
  • Nenhuma isenção específica das autoridades relevantes em relação às decisões acima foi concedida aos jogadores de uma seleção

O regulamento de Transferências de Jogadores obriga os clubes a cederem seus atletas às seleções nas datas Fifa. A entidade ressaltou que a obrigatoriedade permanece, caso as exceções acima listadas não se encaixem.

Na última semana, a Major League Soccer (MLS) comunicou às federações sul-americanas que não vai liberar seus atletas para os jogos das primeiras rodadas das eliminatórias no continente. Argentina, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela contam com atletas que jogam na liga norte-americana.

A MLS vai assumir a responsabilidade pela decisão para livrar seus clubes de possíveis punições. Pelas normas da liga, qualquer atleta que chegue de outro país deve passar por uma quarentena de 10 dias antes do retorno aos treinamentos. A liberação para os jogos das seleções deixaria os atletas que representassem seus países fora por várias rodadas.

Funcionário desinfeta instalações do Morumbi, no retorno da Libertadores, antes de São Paulo x River: volta do futebol na América do Sul tem extenso protocolo  — Foto: Fernando Bizerra/Getty Images

Funcionário desinfeta instalações do Morumbi, no retorno da Libertadores, antes de São Paulo x River: volta do futebol na América do Sul tem extenso protocolo — Foto: Fernando Bizerra/Getty Images

Jogadores convocados da China também devem ter problemas. O governo chinês exige quarentena de 14 dias para qualquer pessoa que ingresse no país. Outras ligas estudavam seguir o caminho da MLS, mas, internamente, a Conmebol não acredita que tenha mais problemas para as duas primeiras rodadas das eliminatórias, marcadas para os dias 8, 9 e 13 de outubro.

Em seu protocolo de retorno, de 148 páginas, a Fifa não estipula um mínimo de jogadores saudáveis para cada seleção poder entrar em campo – como fazem Uefa e CBF, que fixaram em 13 esse número. A entidade apenas recomenda aos times que “convoquem um número suficiente de reservas”.

A Fifa aconselha a “ampliar o plantel de jogadores disponíveis enquanto estiverem em vigor as restrições relativas à pandemia de Covid-19”. Tite convocou 23 jogadores para a seleção brasileira. As outras seleções sul-americanas, em sua maioria, chamaram 30 ou mais atletas.

Os jogadores precisam se apresentar às suas seleções na próxima segunda-feira, dia 5 de outubro. O Brasil estreia no dia 9, contra a Bolívia em São Paulo, e depois viaja para enfrentar o Peru em Lima. (Globo Esporte)