Foi publicada uma relação de obras inacabadas no estado. A maioria pertence aos municípios. Como é que pode ter mais de duas mil obras nessas condições e ficar tudo por isso mesmo?
Por que paralisaram as obras? O poder público não pagou? Como licita e contrata uma obra sem ter o dinheiro? A empresa abandonou a obra, por que? Porque não estava recebendo ou porque cobrou um preço menor para ganhar a tal licitação e depois deixa a obra pela metade?
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Ou por que tinha que molhar a mão de alguns para ganhar aquela licitação? Ao fazer isso, a quantia que recebeu não dava para continuar a obra? E quem deveria pedir a conclusão da obra não o fez porque tinha recebido algo por baixo do pano?
Ou ainda porque o tal Projeto Executivo era inadequado? Quem cometeu aquele erro, que trás dividas para a sociedade, recebeu alguma punição? E as obras, pelo Regime Diferenciado de Contratação, em que, quem a ganha, é que tem que fazer o Projeto Executivo? Se errou, a culpa é da empreiteira que ganhou a concorrência. Ela embolsou uma bolada, foi embora e tudo fica como sempre esteve. Tem logica isso?
Por fim, quem, em nome da sociedade, dever olhar para que isso não ocorra? Ou não se tem nada nem ninguém com o fito de cobrar resultados em obras públicas? E fica tudo por isso mesmo.
Outra dúvida. Poucos dias atrás foi autorizado empréstimo de mais de 10 bilhões de reais para empresas de energia elétrica. Dinheiro para cobrir o déficit por causa da crise hídrica. Entre outras medidas, tiveram que acionar termoelétricas para manter normal o fornecimento de energia. A maioria dessas empresas está com a inciativa privada depois das privatizações do setor.
O mais sugestivo disso é que o consumidor é que vai pagar aqueles dez bilhões. Virá nas contas de todos um percentual por um bocado de tempo para cobrir o empréstimo. Que coisa mais esquisita.
Os que ganharam as privatizações nunca perdem? Ganham nas tarifas de energia quando tudo está bem nessa área. Se tem um problema, ao invés delas assumirem o ônus, passa para o consumidor? É o melhor negócio do mundo. Sempre ganham. E ainda, quando “compraram” a concessão, tiveram dinheiro subsidiado do BNDES.
Por que não abrir para empresas do exterior essas privatizações e que elas assumissem o bônus e o ônus. Não como o no caso brasileiro que empurra tudo para los de abajo.
Mais um. Em Várzea Grande já se teve três manifestações públicas da população contra empresa de ônibus que circula na cidade e que faz o trajeto para Cuiabá. Alegam que tem pouco ônibus, sempre lotados e tarifas altas.
Não são ouvidos, por que? A empresa, a prefeitura, a câmara de vereadores não poderiam encontrar uma solução para o problema? Ou vai ficar tudo por isso mesmo?
*ALFREDO DA MOTA MENEZES é PhD em História, professor universitário aposentado e analista político em Mato Grosso.
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