Será construída a Ferrogrão e também a ferrovia estadual de Rondonópolis a Lucas, passando pelo Vale do Rio Cuiabá? Ou uma impede a construção da outra?

Todos torcem para sair as duas, mas tem muitas indagações sobre esse assunto.

Se tudo caminhar como previsto, a extensão da ferrovia de Rondonópolis a Lucas, chamada de ferrovia estadual porque é todinha dentro do estado, deve começar seus trabalhos já no próximo ano. Fala-se ainda que se pode ter este ano a licitação da Ferrogrão e sua construção até começar em 2022.

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A Rumo Logística, antes, conseguira estender por mais 30 anos a concessão da Malha Paulista. Investe naquele trecho da ferrovia para fazer o trem circular mais rápido. Fica claro que ela precisa de mais cargas. Subir até Lucas seria uma alternativa.

Hoje, pela rodovia 163 até os portos do Arco Norte, se transporta algo como 15 milhões de toneladas de produtos por ano. Devem ser acrescidos perto de três milhões de toneladas por ano e que chegaria, daqui a dez anos, a 40 milhões de toneladas saindo pelo Norte.

Quando da concessão para explorar pedágio na rodovia 163 foi previsto um prazo de dez anos e mais dois extras. O tempo, acredita-se, que estaria pronta a Ferrogrão e que, em funcionamento, vai alterar e muito o transporte pela rodovia e consequentemente o pedágio.

Tendo cerca de 40 milhões de toneladas para ser transportar daqui a dez anos, se a Rumo Logística estiver em Lucas, vai dividir esse transporte com a Ferrogrão. A Ferrogrão se viabiliza com o transporte para o Arco Norte de algo como 20 milhões de toneladas?

Ou o frete dela seria mais baixo que o da Rumo que deve ir a Santos, muito mais longe que os portos do Norte? Em tese, a Ferrogrão ganharia mais cargas, portanto. Se isso pode acontecer, por que a Rumo Logística quer ir a Lucas?

Ou existe a perspectiva da produção do estado, no Médio Norte e Nortão, crescer tanto que daria cargas para viabilizar a Ferrogrão e também a Rumo Logística? Ou esta ferrovia iria também para o Arco Norte?

O ideal seria as duas ferrovias competirem e os produtores pudessem escolher o frete mais adequado nesse ou naquele momento. Com frete menor ficaria mais dinheiro no estado para ser investido em outros assuntos. Viria mesmo essa competição ou sai uma ou outra ferrovia?

Tem ferrovias competindo entre si em muitos lugares do Brasil?

Mais um detalhe nesse assunto. A Rumo Logística tem mais carga de retorno. Pode trazer milhões de toneladas de bens do litoral brasileiro. Parte seria consumida em Cuiabá e região, outra poderia ir para o Acre e Rondônia, aqui seria um entreposto para isso.

A carga de retorno da Ferrogrão seria menor. Suficiente para essa competição geral com a Rumo Logística?

Juntando tudo isso, como reagirão os investidores na futura Ferrogrão? Recuam ou se tem ainda cartas diferente escondidas na manga? Pergunta é o que não falta nesse assunto das ferrovias.

*ALFREDO DA MOTA MENEZES é  professor universitário aposentado e analista político  em Mato Grosso.

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