Sob pressão da mobilização de uma cidade inteira, o réu Leandro Pereira Fernandes foi condenado a 19 anos de reclusão, pelo assassinato da professora Patrícia Alves da Silva, 37 anos, diretora da Escola Municipal e Centro de Educação Infantil Gisselda Trentin.
Submetido ao Tribunal do Júri, na Comarca de Água Boa, prevaleceu a tese do Ministério Público de Mato Grosso, apresentada pela promotora Clarissa Cubis de Lima Canan: faminicídio, premeditado, por motivo torpe, impelido por vingança e sem chance de defesa para a vítima.

Por maior que tenha sido o esforço do defensor público Paulo Sérgio Queiroz, que rebateu firmemente a acusação, assegurando que o réu não premeditou o crime, as provas selaram o destino de Leandro Pereira Fernandes, 35 anos. O réu confessou o crime durante o Tribunal de Júri.
O defensor ressaltou que Leandro teve uma discussão com Patrícia, e que foi empurrado, cometendo o crime “por violenta emoção”.
Depois, ele viu a faca e se armou, atacando a mulher. Um policial militar testemunhou que o suspeito chegou em sua casa e se entregou, dizendo que queria pagar pelo crime cometido.
Já o Ministério Público do Estado sustentou que o acusado cometeu o crime de feminicídio, pois se utilizou de uma arma branca para desferir nove golpes contra a vítima. Ele acertou Patrícia Alves no tórax, no abdômen, no antebraço esquerdo e na mão direita. Os golpes acusaram lesões corporais diversas, levando a professora à morte.
A promotora Clarissa Cubis de Lima Canan sustentou no julgamento que Leandro Fernandes convivia maritalmente com a vítima, por cerca de dois anos. Em razão de seu comportamento caracterizado por ciúme excessivo e agressividade, nos últimos meses do relacionamento, Patrícia desejava se separar dele. Todavia, ele não aceitava o fim do relacionamento.
Ao retornar de uma viagem, Leandro se dirigiu à residência em que morava com a vítima, estacionou seu veículo em frente à casa e foi até o quarto do casal, onde discutiu com ela.
Ao final da discussão, Patrícia manifestou mais uma vez o desejo de se separar. O réu então, deslocou-se até o carro, armou-se de uma faca (apreendida), retornou à casa, encontrando a vítima na porta da casa.
Escondendo a arma nas costas, ele pediu novamente para entrar e conversar com ela, mas ela negou.
Em seguida, Leandro Fernandes desferiu vários golpes de faca contra a esposa. Um adolescente que estava próximo, nas imediações, gritou por socorro e correu para a casa da vizinha, onde estavam os familiares de Patrícia. O réu aproveitou e fugiu. Familiares dela prestaram os primeiros socorros, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.
A cidade de Nova Xavantina se mobilizou, exigindo justiça. Manifestações de rua foram realizadas e cobranças sistemáticas ao Poder Judiciário e Ministério Público foram feitas, durante vários meses, até o julgamento.
