Walter Feldman, secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol, foi entrevistado no Seleção SporTV desta quarta-feira. Feldman abriu a entrevista com um direito de resposta a Paulo Autuori, técnico do Botafogo, que criticou a CBF em relação a não paralisação dos estaduais (que já estão todos parados).

– A declaração do Paulo Autuori foi absolutamente infeliz e desinformada. O esforço para integrar todos os protagonistas é muito complexo. A CBF vem tratando a crise do coronavírus desde quando começou a ocorrer na China. Todas as medidas que adotamos foram tomadas em sintonia com o Ministério da Saúde – disse Feldman.

– O Autuori não fez essa afirmação na Federação dos Treinadores ou para o próprio Botafogo, fez uma afirmação de bravata. Em nenhum momento nos ligou dando uma sugestão. Fez apenas para ser nota de alguma notícia que gera especulação, gera o debate. Ele não tem livre representação para fazer afirmações deste caráter, desrespeitando as medidas fortes, contundentes e democráticas que a CBF adotou. Neste momento, todos os campeonatos estão suspensos por orientação e convencimento – completou.

Feldman, ao ser questionado sobre possíveis consequências ruins para as finanças dos clubes de futebol no país, acredita que medidas trabalhistas podem ser tomadas no decorrer da crise.

– Começamos um diálogo junto a Federação Nacional dos Atletas, conversamos com membros do Tribunal Superior do Trabalho, estamos com vários presidentes de clubes discutindo os mecanismos entre clubes e atletas para darmos uma solução emergencial. Estamos amparados na legislação, buscando uma propostas coletiva para nos dar um tempo para nós compreendermos essa doença em termos de prazo para, talvez, algumas medidas trabalhistas sejam tomadas. O presidente Rogério Cabloco já encaminhou ofício para suspendermos os pagamentos do Pro Fut – comentou.

Além disso, na última terça-feira, no Seleção SporTV, foi discutida a possibilidade de análise do calendário devido a paralisação do futebol. Eduardo Barroca, técnico do Coritiba, se mostrou a favor. Feldman afirma que não será considerada uma mudança no calendário neste momento.

– O presidente Rogério Caboclo tem o costume de chamar os diretores, conversar com os clubes, tem uma relação boa com a Conmebol e Fifa. Ele diz uma frase pragmática: “A mudança do calendário não pode ser objeto de uma oportunidade, tem que ser de convicção”. Não será por conta da crise que vamos mudá-lo radicalmente. (Globo Esporte)