Há uma série de perguntas sem respostas nos protocolos de saúde montados pelas federações estaduais. Por exemplo, quando o presidente da comissão médica da Federação Paulista, Moisés Cohen, sugere jogos sem comemorações de gols com abraços, ele próprio indica uma contradição. Quer dizer que, quando houver segurança, o plano de retorno estará pronto para dar proteção a todos. Mas, se abraçar, o protocolo se derrete. A análise é do jornalista PVC.
Não pode fazer sentido. Também parece ousada a proposta da CBF de testar jogadores de 128 clubes no futebol masculino e 52 no feminino. Testar jogadores e familiares de 170 clubes indica no mínimo 340 famílias. Se o Brasil não consegue testar a população, será possível testar mais de 1200 pessoas da comunidade do futebol?
Como fez reuniões diárias, a Federação do Rio fechou seu protocolo, que também terá perguntas sem respostas até que o governo do estado permita o retorno aos treinos, o que o governador Wilson Witzel disse considerar um risco, dois dias atrás. O plano Jogo Seguro é detalhado. Parece mesmo o mais minucioso dos planos escritos até agora. A Federação aguarda a chegada de 700 testes, que devem chegar ao Rio até sexta-feira. Testar todos os jogadores.
Também detalha cuidadosamente como precisa ser a rotina quando os treinamentos forem autorizados pelas autoridades da saúde. “É recomendado que cada jogador chegue no treino em seu veículo particular, de preferência sozinho. O local de estacionamento será previamente determinado para que não haja dúvidas sobre o deslocamento do atleta dentro da unidade de treino. Deverá haver um corredor de passagem sinalizado, preferindo sempre o uso de locais abertos até a chegada ao campo. No retorno aos jogos, mantido o cenário atual, deve-se abrir o precedente do jogador se dirigir ao estádio em seu carro particular.”
O protocolo é detalhista também em relação a como será o comportamento com jogadores que tiverem resultado positivo e que tiverem testes que indiquem sua imunidade. Fala sobre uso de macas individualizadas para atletas machucados.
O que parece mais incrível é pensar em chegar aos treinos, como se fazia quando você chegava no se jogo de futebol. Cada um com seu uniforme, cuidando de sua própria chuteira, de seu próprio equipamento. Deste ponto de vista, se houver condição de voltar a treinar e a jogar neste ano, será como nos tempos mais românticos. Como na origem do jogo. (PVC/Globo Esporte)