O Ministério da Fazenda informou neste sábado (25) que o ministro Fernando Haddad decidiu não embarcar para China após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiar a visita ao país asiático.
Por orientação médica, Lula, que já havia adiado o embarque para China deste sábado para este domingo (26), resolveu não viajar para se recuperar de uma pneumonia.
Na China, Lula e Haddad teriam reuniões com autoridades chinesas, nas quais abordariam as relações bilaterais com o maior parceiro econômico brasileiro.
Além de Haddad, outros sete ministros que integravam também não vão viajar. São eles:
Mauro Vieira, das Relações Exteriores
Margareth Menezes, da Cultura
Alexandre Silveira, de Minas e Energia
Juscelino Filho, das Comunicações
Luciana Santos, da Ciência Tecnologia e Inovação
Marina Silva, do Meio Ambiente
Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que integraria a comitiva de Lula, a convite do petista, informou por meio da assessoria que também não viajará mais para a China neste momento.
Uma nova data para a viagem está sendo negociada pelo governo com as autoridades chinesas e ainda não foi definida.
Agendas mantidas
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que já estava na China, será o único representante do Executivo que manterá os compromissos no país asiático.
Fávaro embarcou para a China na última segunda-feira (20). As agendas dele com chineses começaram na quinta-feira (23). O ministro deve retornar ao Brasil na próxima quinta-feira (30).
No início da noite deste sábado, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, confirmou a informação sobre Fávaro e afirmou que outras agendas da comitiva brasileira que não incluíam o presidente Lula serão mantidas.
“As demais atividades que estavam previstas nessa visita que não tinham a presença do presidente estão absolutamente mantidas. Nós temos centenas de empresários, um encontro que a APEC [Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico] está organizando, temos ministros que já estavam lá, como o ministro da Agricultura […] Continuam as atividades que estavam previstas”.
Ou seja, uma parte da agenda econômica do governo na China não sofrerá alterações.
A relação de empresários que acompanhariam Lula inclui nomes dos setores de produção de carne bovina, aves, suínos, celulose, algodão, insumos, dentre outros outros.
Padilha falou com jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada, em Brasília, onde o presidente realiza o tratamento contra a pneumonia.
No Brasil, Lula deve agora centrar esforços na apresentação e articulação do novo arcabouço fiscal. A regra, que substituirá o teto de gastos, estava prevista para ser enviada ao Congresso após a viagem de do presidente à China.
Pneumonia ‘leve’
Lula foi diagnosticado com pneumonia “leve” na noite de quinta-feira (23). Na manhã da sexta-feira (24), o governo comunicou que o embarque do presidente para a China seria atrasado da manhã deste sábado (25) para a manhã de domingo (26).
Segundo a assessoria do presidente, Lula passou por exames em uma unidade do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, na noite de quinta-feira (23).
No mesmo dia, mais cedo, o presidente esteve no Rio de Janeiro, onde participou de um evento no Complexo Naval de Itaguaí, visitou as obras de reconstrução do Museu Nacional e de um evento no Theatro Municipal.
Na quarta-feira (22), Lula havia cumprido agenda no Nordeste, com compromissos na Paraíba e em Pernambuco.
Na manhã desta sexta-feira (24), o médico Roberto Kalil Filho esteve no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, e disse à colunista do g1 Júlia Duailibi que, após avaliar presidente Lula, o presidente deveria manter a viagem reagendada para o domingo.
Na tarde desta sexta, o presidente se reuniu com ministros no Palácio da Alvorada.
Em nota neste sábado, após reavaliação, a médica Ana Helena Germoglio afirmou que, apesar da melhora no quadro de saúde do presidente, o serviço médico da Presidência da República recomendou o adiamento da viagem para China “até que se encerre o ciclo de transmissão viral”.