A família da jovem Keitiane Eliza da Silva, de 27 anos, que morreu após a realização de uma cirurgia plástica nessa quarta-feira (14) registrou um boletim de ocorrência contra o médico Alexandre Veloso e contra o Hospital Valore Day, em Cuiabá, onde o procedimento foi realizado.
Segundo a assessoria jurídica do médico Alexandre Veloso, que operou Keitiane, todos os procedimentos padrões foram realizados antes da cirurgia (confira a íntegra da nota no final da reportagem).
A assessoria de imprensa do hospital emitiu nota afirmando que “o Valore Day Hospital prestou todo o suporte à paciente, com acompanhamento da equipe médica e de enfermagem, e de acordo com todas as normas e protocolos, antes, durante e depois da cirurgia”. (Confira a íntegra no final da matéria).
Conforme o advogado da família da jovem, Marciano Nogueira, o hospital não possui leito de Unidade de Terapia Intensiva e, por isso, não teria condições de realizar os procedimentos, o que caracteriza negligência médica.
Keitiane, que trabalhava em uma concessionária de carros em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, realizou lipoescultura com enxerto de gordura em glúteo, abdominoplastia e correção de uma cicatriz na mama decorrente de um procedimento anterior realizado com outro médico.
De acordo com o advogado, o médico e o hospital devem responder criminalmente pela morte da jovem, que faleceu devido a choque hemorrágico, conforme consta no laudo do Instituto Médico Legal (IML).
Ainda segundo a defesa da família, Keitiane falou para o médico que teria tido Covid-19 há alguns meses, mas um exame realizado um mês antes da cirurgia mostrou que ela estava imune à doença.
O médico Alexandre Veloso teria então afirmado à paciente não havia risco de que sequelas da Covid-19 influenciassem no procedimento após 30 dias sem a doença.
O advogado afirmou que vai processar o médico e o hospital tanto na esfera criminal quanto cível.
Consta no boletim de ocorrência que a jovem já havia procurado um outro cirurgião plástico, que se recusou a realizar o procedimento.
A Polícia Civil acompanha o caso.