A promessa de construção do novo Terminal Rodoviária de Várzea Grande e a instalação da Universidade do Estado (Unemat), se concretizadas, para quem fizer uma análise justa, possui as digitais do ex-deputado Nico Baracat e do jornalista Eraldo Lima (in memorian).

Cada qual ao seu modo, deixou um legado de luta em defesa do desenvolvimento de Mato Grosso, especialmente de Várzea Grande, em ações micros ou em propostas macros.

Ambos se destacaram em defesa dos oprimidos e defensores dos direitos humanos, da equidade em saúde, do ensino público de qualidade e da justiça econômica. Nico era pai do atual prefeito Kalil Baracat (MDB).

É provável que os historiadores que transmitem os fatos verídicos de Várzea Grande, como o coronel Ubaldo Monteiro da Silva e o jornalista Wilson Pires Andrade, jamais deixarão de citar as bandeiras empunhadas por Eraldo e Nico. O legado de ambos segue inspirando as gerações futuras.

Nos primórdios da década de  1980, perante o então prefeito Carlos Gomes – mandato 1989-1992,  Eraldo Lima defendeu a necessidade Várzea Grande possuir Terminal Rodoviário. A prefeitura e algumas empresas privadas instalaram uma “parada de ônibus”, na Avenida Governador Júlio Campos, entre o Mapim e o Jardim dos Estados.

Chamada de “rodoviarinha”, o tempo passou e o espaço ficou excessivamente acanhado. Há poucos anos, deixou de existir, porque não era mais funcional nem sustentável. Na prática,  simplesmente provou-se que a tese de Eraldo, sobre a cobrança do Terminal Rodoviário (digno de uma cidade com 300 mil habitantes), estava correta.

Naquele tempo, décadas de 1980 e 1990, Eraldo já defendia que o Terminal Rodoviário tivesse captação de água da chuva e fornecimento de energia renovável – hoje o sistema mais utilizado é energia solar.

Nos últimos tempos, completou-se o primeiro ano da perda de Eraldo Lima e o décimo primeiro ono do falecimento de Nico. Em várias ocasiões, ambos sacrificaram os seus familiares, em defesa da crença de que deveriam defender justiça social.

Eraldo Lima era um duro crítico das desigualdades econômicas, sociais e raciais que persistiam no Brasil.

Como dirigente do PSB de Mato Grosso e membro da Executiva Nacional, Eraldo defendia causas sociais, como emprego, salário digno, moradia, saúde e educação. E dizia que os poderosos trocavam negócios, para não ceder espaço à ascensão das classes C, D e E.

“Eles estão contribuindo com a perpetuação de um status quo profundamente injusto”, disparou em manchete, o que lhe amealhou adversários poderosos no establishment da política. “Vivemos em um mundo dominado pela ganância”, escreveu ele, sobre a ausência de políticas públicas para geração de emprego e renda, em sua Folha de Várzea Grande – jornal que manteve por anos.

“Permitimos que os interesses do capital se sobrepusessem aos interesses dos seres humanos”, disparou ele.

Sobre Nico Baracat, certa vez, Eraldo Lima resumiu numa frase. “Nós, que acreditamos na liberdade e na justiça, sejamos para sempre o seu legado”, ponderou ele. Ernandy Maurício Baracat de Arruda – o Nico – foi vereador, deputado estadual, vice-prefeito de Várzea Grande e secretário de Estado das Cidades.

Familiares e amigos de Eraldo Lima têm confiança de que o prefeito Kalil Baracat vai encontrar a melhor maneira de homenageá-lo, com o nome de uma obra, na Cidade Industrial. E consideram que o Terminal Rodoviário de Várzea Grande, com promessa de construção, para breve, seja a obra mais indicada.

(Colaborou em pesquisa Astrogildo Aécio Nunes)