O ex-vice-reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Elias Alves de Andrade, de 74 anos, emitiu uma nota à imprensa dizendo estar “profundamente arrependido” por ter matado com golpes de machado a gata de nome Sofia, em Cuiabá. O caso repercutiu em todo Estado em razão da crueldade com a qual o animal foi morto. No texto, o próprio ex-vice-reitor classificou o ato como ‘abominável, irracional e desprezível’. Ele também ‘rogou o perdão’ dos tutores da gata e da sociedade. O crime ocorreu no dia 15 de julho e somente no dia 23 o professor aposentado se apresentou na delegacia.

“Estou profundamente arrependido por ter me portado de modo desumano contra um ser que só sabe nos dar amor e carinho em troca de nada, apenas de nossa atenção e cuidado. Rogo o perdão à familia da tutora, minha vizinha, e a sua família e amigos, à minha família, que está sofrendo comigo, à sociedade, a todas as organizações sociais que vêm brava e legitimamente lutando para que fatos como o que pratiquei não mais se repitam e, por fim, a Deus, que sempre abençoou a mim a minha família”, diz trecho da nota.

Depois de matar a gata, Elias chegou a ser gravado num novo vídeo ameaçando matar outros animais caso entrassem na casa dele. Quando se entregou à polícia, o ex-vice-reitor da UFMT já havia declarado arrependimento. Na nota, ele frisou o sentimento de tristeza, decepção de vergonha pelo crime praticado.

“Fui tomado então por um sentimento de tristeza profunda, de decepção comigo mesmo, de vergonha de minha família, da sociedade e da minha história de vida, construída com muita luta, dificuldade, dedicação e esforço por todos estes longos anos que, apesar de temente a Deus, que me conforta através de minhas orações, têm aumentado mais e mais com o passar dos dias”, alegou.

O crime é investigado pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema).

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA

NOTA

Minha história de vida, pessoal, familiar e profissional definitivamente não admitem que eu possa ter cometido este ato cruel, covarde, nefasto, inadmissível e desumano numa sociedade civilizada como o que cometi. Por mais que tenha ido movido pela emoção e descontrole, nada justifica o que fiz. Após os fatos, a agressão e morte da Sofia e o destempero no tratamento à tutora, que foi ao meu portão conversar em seguida, comecei a voltar aos poucos à consciência e racionalidade de meu comportamento, abominável e irracional, desprezível sob todos os pontos de vista, ético, religioso, moral, social, civilizatório e humano.

Fui tomado então por um sentimento de tristeza profunda, de decepção comigo mesmo, de vergonha de minha família, da sociedade e da minha história de vida, construída com muita luta, dificuldade, dedicação e esforço por todos estes longos anos que, apesar de temente a Deus, que me conforta através de minhas orações, têm aumentado mais e mais com o passar dos dias.

Estou profundamente arrependido por ter me portado de modo desumano contra um ser que só sabe nos dar amor e carinho em troca de nada, apenas de nossa atenção e cuidado. Rogo o perdão à familia da tutora, minha vizinha, e a sua família e amigos, à minha família, que está sofrendo comigo, à sociedade, a todas as organizações sociais que vêm brava e legitimamente lutando para que fatos como o que pratiquei não mais se repitam e, por fim, a Deus, que sempre abençoou a mim a minha família.

(HNT)