“Eu faria a mesma coisa para proteger a minha vida”. Esta é a frase do Comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Correa Mendes, ao defender o policial militar que se envolveu em uma confusão que resultou na morte de Diego Kaliniski, de 26 anos, no mês de fevereiro deste ano, em Vera (374 km de Cuiabá).
No dia do fato, os policiais militares foram acionados para atender uma ocorrência de som alto em um local onde jovens estavam se divertindo e ingerindo bebida alcóolica.
Ao chegarem no local, os agentes confeccionaram a notificação de trânsito ainda dentro da viatura, quando Diego abordou o veículo, com outra pessoa. Os agentes solicitaram a
identidade de ambos e logo depois Diego pegou o talonário de um dos PMs, fazendo
ameaças: “seus policiais de merda, vocês não irão me notificar, eu mando em vocês”.
Neste momento, as autoridades informaram que ele seria conduzido à delegacia, mas Diego começou a resistir à prisão e iniciou uma confusão com os demais populares. Os militares tentaram usar uma espingarda antimotim, que apresentou problema, e por isso usaram uma espécie de cassetete.
Na tentativa de evitar a prisão, Diego atingiu um dos policiais com socos no rosto, pegou o cassetete do agente e tentou atingi-lo na cabeça. Um dos militares deu dois tiros para o alto no intuito de impedir as agressões. Porém, devido à continuidade do ato, o outro agente efetuou tiros em Diego, que acabou caindo no chão. Segundo o comandante da PM, a gestão municipal não se preocupou em conter os ânimos dos jovens alcoolizados.
“O ente público, o prefeito e os vereadores não se preocuparam, por exemplo, de que os
jovens da cidade precisavam ir no local de lazer, mas também não se preocuparam também que as pessoas de bem também merecem o seu descanso. Mas quando aconteceu isso com o meu policial militar, que ele teve que sacar a arma e eu faria a mesma coisa para proteger minha vida, aí vieram criticar o meu policial, vieram criticar o Estado porque não tínhamos reforço, sendo que reforço mais próximo estava a 90 km”, disse.
Mendes disse ainda que entrou em contato com o policial militar que efetuou o disparo e
disse que o agente estava emocionalmente abalado acreditando que poderia ser preso.
“Quando eu liguei para o soldado, era por volta de nove e meia da manhã, dez horas, fiz
chamada de vídeo, estava o policial chorando. Ele estava chorando, achando que ele seria preso, achando que ele seria transferido. Falei para ele: ‘não meu filho, você agiu dentro das nossas normas legais, você agiu dentro do dever legal'”, reforçou.
(Olhar Direto)