A cada ano que passa, estudos revelam, com base nos orçamentos financeiros dos clubes, a realidade do futebol brasileiro. E dessa vez não foi diferente. A Sports Value analisou os números de 16 instituições (Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense, Botafogo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Athletico-PR, Bahia, Goiás, Fortaleza e Ceará) e chegou à seguinte conclusão: as receitas subiram de forma astronômica, mas as dívidas também tiveram um acréscimo importante.
Pela primeira vez na história, o mercado brasileiro atingiu a marca de R$ 6,8 bilhões em receitas, o que representa uma alta de 18% em relação ao ano anterior, quando o patamar alcançado foi de R$ 5,7 bilhões. Boa parte desta alta foi impulsionada pelo Flamengo, que chegou ao recorde absoluto do continente: R$ 950 milhões. Santos, Athletico-PR, e Internacional também contribuíram para esta elevação.
Em compensação, as dívidas dos maiores clubes brasileiros, que antes estavam na casa de R$ 6,9 bilhões, passaram para R$ 7,3 bilhões no último exercício. No total, os 16 clubes analisados apresentaram um déficit de R$ 257 milhões, frente a um superávit de R$ 82 milhões em 2018. Vale salientar os elevados superávits de Athletico-PR e Flamengo, que juntos somaram R$ 125 milhões no ano passado. Já Santos e Grêmio encerraram com superávits de R$ 23,5 milhões e R$ 22,2 milhões, respectivamente. Por sua vez, os destaques negativos ficaram para os pesados déficits de São Paulo, Corinthians, Cruzeiro e Botafogo.
Segundo o estudo, muitos clubes perderam o controle sobre os custos com futebol, gastando muito acima de suas possibilidades. O indicador ideal, na comparação com a receita, não deve passar dos 73%. Neste caso, equipes como Palmeiras, São Paulo, Corinthans e Cruzeiro estariam vivendo um “descontrole total” de gestão em seu principal departamento. (90 Minutos)