O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) propôs na última quarta-feira (3), a estadualização do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). A fala partiu do presidente da corte, conselheiro Sérgio Ricardo, durante o recebimento das contas anuais do Estado referentes a 2023.
“A Prefeitura de Cuiabá não tem condições de tocar o HMC e o Hospital São Benedito do jeito que tem que ser feito. Hoje, a demanda é muito maior do que a capacidade que a estrutura tem de atender. É uma questão urgente. […] As discussões políticas têm que ficar fora desse contexto, porque a Saúde de Cuiabá precisa de socorro”, disse o conselheiro.
A proposta é semelhante a indicação nº 900/2023 apresentada ao governo pelo deputado estadual Wilson Santos (PSD) no ano passado.
“A presente proposição representa uma reivindicação da população mato-grossense, em especial a cuiabana, que objetiva reverter o cotidiano de superlotação, falta de insumos, medicamentos e de capacidade de atendimento do Hospital Municipal de Cuiabá”, diz a indicação.
O deputado justificou a indicação sob o argumento de que a saúde de Cuiabá vinha sendo “alvo de escândalos, prisões de secretários e ex-secretários, denúncias de milhões de medicamentos estocados vencidos, falta de medicamentos, corrupção e de duas intervenções”.
“Entendemos que a estadualização se faz necessária após o fim do prazo da intervenção. É notório o deslocamento de pacientes de outros municípios em busca de atendimento médico e procedimentos cirúrgicos em Cuiabá, o que gera uma sobrecarga de trabalho sem a estrutura adequada aos profissionais da saúde. […] Em razão da precariedade da saúde nos municípios vizinhos e do interior, Cuiabá lida com uma demanda altíssima de pacientes sendo necessária a estadualização.
“Acreditamos que diante das demandas e da atual situação mostrada pela última intervenção estadual, além dos reclames da prefeitura em relação ao Estado, precisamos, pelo bem da sociedade mato-grossense, em especial a cuiabana, que os serviços do HMC, maior hospital do estado, sejam administrados pelo Governo estadual que dispõe de mais condições financeiras e de maior quantitativo de profissionais para tocar o hospital. A saúde pública não pode se transformar numa guerra política, mas num bem social necessário à uma capital”, justificou o deputado.