Já são mais de 1.000 dias desde que o Atlético-MG deu o pontapé inicial para erguer a casa própria. Em setembro de 2017, o conselho deliberativo aprovou a venda de 50,1% do Diamond Mall, verba fundamental para a construção da Arena MRV. Há três anos, o projeto era uma versão bem diferente da que foi posta em prática no canteiro de obras. Entre modificações e correções, hoje, o estádio tem custo total de R$ 560 milhões. Ou seja, o “custo/cadeira” subiu para R$ 12,17, ainda um dos mais baixos do mercado.

Na versão original, enxuta, o Atlético planejava gastar R$ 410 milhões com o seu novo local de mando de jogos. E a conta fechava com a venda do Diamond, comercialização de cadeiras cativas e dos naming rights (R$ 60 milhões por 12 anos). O aumento de custos – nas contrapartidas dos poderes públicos – também acompanha uma maior venda dos camarotes e das cativas. Hoje, são 80 camarotes previstos para entrarem nas vendas. As cadeiras totalizam 4.592 (vejam os detalhes no fim da matéria).

A venda do Diamond Mall foi feita em R$ 250 milhões. Mas o preço foi atualizado quando a grana chegou para o Atlético, em 2020 – chegou a R$ R$ 297 milhões. Desse montante, a empresa que adquiriu pouco mais da metade do centro comercial (Multiplan) acertou o pagamento de R$ 291 milhões em parcelas diferentes. Os outros R$ 6 milhões já foram pagos.

Detalhes da venda do Diamond Mall, que constam no balanço financeiro do Atlético de 2019 — Foto: Reprodução/Atlético

Detalhes da venda do Diamond Mall, que constam no balanço financeiro do Atlético de 2019 — Foto: Reprodução/Atlético

Camarotes

Um espaço voltado mais para a comercialização com empresas. O número atual é de 80, que ainda serão colocados à venda com uso por período de 15 anos. Além dos camarotes, haverá três “lounges” no total, todos no sexto pavimento (um no norte e dois na área sul).

Cadeiras cativas

Eram responsáveis por despejar R$ 100 milhões no orçamento da obra. Antes, a arena venderia 4.470 lugares reservados. Agora, o número é de 4.592 cativas. Segundo o colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, os responsáveis pelo empreendimento querem aumentar para 6 mil cadeiras. O presidente Sérgio Sette Câmara, à Rádio Itatiaia, confirmou essa previsão.

O preço de cada um ainda será divulgado, separado em duas modalidades. No site da Arena MRV, já é possível manifestar interesse em receber as informações de cadeiras cativas e camarotes para futuras compras. Um valor certo é uma “taxa anual” de cadeiras (R$ 200) e camarotes (R$ 300) a ser cobrada um ano após a inauguração da Arena MRV.

O custo total

Os R$ 410 milhões originais viraram R$ 560 milhões. São R$ 100 milhões de acréscimos por conta de exigências, contrapartidas e medidas compensatórias que o projeto precisou apresentar para obter a Licença de Instalação (LI) do COMAM (Conselho Municipal de Meio Ambiente). Outros R$ 50 milhões são de variáveis dos preços, inflação e custos periféricos.

Os valores das contrapartidas, em abril, eram de R$ 80 milhões. A PBH nega que tenha tido papel de impacto nas contas da arena. Entretanto, pessoas ligadas à diretoria do Galo e ao projeto indicam “contrapartidas mais caras que o normal”.

– Nosso estádio está em vento em poupa. O poder público municipal veio com muitas condicionantes, vai aumentar um pouco o preço. Eu, de fato, não fico feliz com a imposição de exigências, muito elevadas para uma cidade com pouco investimento privado. Não é legal isso. Mas temos que conviver – disse o vice-presidente alvinegro, Lásaro Cândido. (Globo Esporte)